Verbas pagas pelo Abanca a Isabel dos Santos para comprar o EuroBic estão congeladas

Presidente do Abanca confirma congelamento à espera de decisão judicial. Banco espanhol acredita que integração do EuroBic durará quase todo o ano de 2025, e rejeita cortes. Grupo põe travão a novas compras.

Agestão do Abanca recusa-se a dizer quanto pagou pelo EuroBic, mas as verbas destinadas a Isabel dos Santos, principal acionista da instituição bancária, estão congeladas, à espera de novidades das investigações judiciais em que a investidora angolana é protagonista.

Foi preciso um acordo com a procuradoria de justiça nacional e angolana para que o negócio através do qual o Abanca adquiriu 100% do EuroBic se concluísse, segundo respondeu Juan Carlos Escotet, o presidente da administração do banco espanhol, na conferência de imprensa desta segunda-feira, 29 de julho.

Não se sabe qual o montante concreto (a imprensa nacional fala em cerca de 300 milhões de euros, o Abanca não confirma), mas a parcela correspondente aos 42,5% atribuídos a Isabel dos Santos não lhe foi entregue: “Esse dinheiro está congelado até que se resolva o assunto pendente. O Sr. [Fernando] Teles recebe a sua parte [37,5% do capital], a Sra. Isabel dos Santos também, mas com o requisito de que os fundos permaneçam congelados até à conclusão do processo judicial”, respondeu Juan Carlos Escotet. O Expresso tentou obter respostas sobre o assunto junto de Isabel dos Santos quando a aquisição foi anunciada, sem sucesso. O grupo de acionistas vendedores tinha também outros investidores angolanos, e todos eles venderam as respetivas posições, permitindo aos espanhóis comprar a totalidade do banco português, que ficou com a rede do BPN.

Desde o Luanda Leaks, em 2020, que as posições da investidora no EuroBic estavam congeladas, por conta das investigações a transferências suspeitas protagonizadas pela filha do ex-presidente angolano, e a sua venda teve de refleti-lo. Não há entrega do dinheiro até que a justiça assim o determine; outras participações acionistas de Isabel dos Santos também estão congeladas, não podendo receber dividendos, como na NOS. Uma delas foi-lhe retirada: a maioria da Efacec foi nacionalizada pelo Estado português.

Expresso 

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