Rei dos câmbios manda no Presidente da República – Jorge Eurico

Papá Bary é o rei dos câmbios em Angola. É um cambista informal com muito poder e autoridade. Igual ou mais que o do Presidente da República (PR) e Titular do Poder Executivo (TPE). Está muito à vontade em Angola. Mais que os cidadãos nacionais. Tem o seu escritório num dos andares do Hotel Presidente em Luanda. É o homem que abala a estrutura do Sistema Financeiro angolano.

É ele quem faz operações de câmbio para o estrangeiro de forma irrestrita e ilimitada. Faz o que os bancos comerciais não fazem. Nessa empresa conta com o concurso dos seus parceiros espalhados por Luanda. O “câmbio do dia” é determinado por ele e adotado escrupulosamente. As regras do jogo são ditadas no bairro Mártires de Kifangondo. É lá que são determinadas impõe a política cambial e a regulação da moeda. É um Banco Nacional de Angola (BNA) paralelo.

As autoridades sabem da existência de Papá Bary e dos seus esquemas. Dos seus parceiros. Sabem do impacto negativo que tais esquemas causam ao sistema financeiro angolano. Mas nada fazem. Não se sabe se as autoridades assobiam para o lado por conveniência ou falta de vontade política.

A soberania económica de Angola está em risco. Há muito tempo. O sistema económico e financeiro angolano é completamente dominado por cidadãos estrangeiros. É assim desde 1980. Sejamos honestos: O Estado angolano não tem o controlo sobre as suas políticas económicas, monetárias e fiscais.

Os cambistas informais estrangeiros têm o Estado angolano no “cafrique”. Dificilmente conseguirá libertar-se. É possível resgatar a soberania financeira do Estado angolano? É! Desde que haja coragem e vontade política. Desde que se desencadeie mais uma outra “Operação Câncer I e II” com o fito de botar a correr os cambistas informais estrangeiros que criam constragimentos à economia nacional.

Só assim o Estado angolano poderá voltar a ter capacidade de decidir sobre as suas políticas econômicas, monetárias e fiscais sem estar sujeito à pressões externas. Sem sujeitar a população à austeridade extrema. Sem colocá-la a comer dos contentores de lixo. Sem a necessidade de condicionar o desenvolvimento sustentável.

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