Poucos são os angolanos sentem os benefícios do AngoSat-2

No país pouco ou nada se fala sobre o que é feito do AngoSat-2, o satélite angolano colocado em órbita, no dia 12 de Outubro de 2022 a partir do Cosmódromo de Baikanur, no Cazaquistão numa cerimónia que mereceu muita pompa e circunstância.

A caminho de um ano depois do lançamento, poucos são os angolanos que sentem os benefícios do AngoSat-2 nas suas vidas no quediz respeito à facilitação das comunicações e ao baixo custo da Internet diz respeito.

O governo tinha assegurado que como satélite de comunicações, o AngoSat-2 iria tornar mais baratos e acessíveis o acesso aos serviços como de TV, Rádio, Internet e Telefonia e iria facilitar o estudo e fertilização de solos e o combate às pragas.

O jornalista, Ilídio Manuel diz que contráriamente ao que o Governo prometeu o satélite não veio revolucionar a vida dos angolanos assistindo-se a uma degradação paulatina dos serviços de Internet e da rede de telefonia móvel.

“É mais um elefante branco dos muitos que temos vindo a assistir neste país”, considera o jornalista que acusa o governo de não informar ao público a razão por que “o satélite, feito com dinheiros públicos, não está a trazer melhorias em matéria de telecomunicações.”

Para o ambientalista Bernardo Castro trata-se “ uma promessa falaciosa” do governo em relação aos prazos que levariam o país a beneficiar das valências do AngoSat-2.

“ Ninguém tem a coragem de dizer quem tem os benefícios do AngoSat-2”, disse.

“Nós não sabemos efectivamente o que é que se passa em termos de telecomunicações e em outros sectores produtivos”, acrescentou Castro para quem “as comunicações agravaram-se no país nos últimos tempos”.

De acordo com o ministro das Telecomunicações Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Augusto da Silva Oliveira, as transmissões por via do Angosat-2 podem permitir mitigar as principais dificuldades em levar diversos serviços públicos, passando a ser feitos por via de telefonia e dados, tais como e-government, e-commerce, telemedicina, investigação científica e o ensino à distância, em zonas mais recônditas de Angola, onde o acesso é difícil”.

O governante garantiu ainda que tratando-se de um satélite de Alta Taxa de Transmissão (HTS), “o Angosat-2 iria disponibilizar 13 gigabytes em cada zonas de alcance do sinal do satélite, uma mais valia para o desenvolvimento de soluções que podem, grandemente, contribuir no desenvolvimento da Indústria-4.0 em África, particularmente, Angola”.

Nessa perspectiva, segundo o ministro, as capacidades instaladas no Angosat-2, impactam no aumento de eficiência e produtividade por meio da automação e consequente simplificação de processos, otimização de linhas de produção e das rotinas de manutenção e identificação automática de oportunidades de melhoria por meio da análise de dados de componentes inteligentes.

“O nosso país é extenso e as comunicações via satélite ajudam a que cheguemos aos pontos mais recônditos do país de forma mais célere”, afirmou Mário de Oliveira

O satélite custou 320 milhões de dólares e está projectado para 15 anos de vida útil tendo um centro de controlo em Luanda e outro na Rússia, na plataforma Eurostar-3000 na órbita geoestacionária, a uma distância de cerca de 36 mil quilómetros da superfície da Terra.

Em Angola ao gestão do AngoSat-2 é garantida pelo Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN ) através do Centro de Controlo e Missão de Satélites (MCC), localizado na Funda, arredores de Luanda.

Aquando da recente cimeira da SADC realizada em Luanda, o ministro Mário Oliveira, disse que os trabalhos técnicos continuam para que os países da região beneficiem dos serviços do ANGOSAT- 2 e apontou a República da Zâmbia, o Botswana e a República Democrática do Congo (RDC) como estando entre os países interessados pelos serviços.

Recordemos que o AngoSat 1 perdeu se no espaco apos e ter perdido contacto com o mesmo pouco após apos o seu lançameto em 2017.

Voa

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