Dados económicos apontam que os angolanos vão sofrer mais com a depreciação do kwanza e a inflação no 2º semestre do ano. Como se não bastasse, um relatório apresentado nos EUA descreve Angola como um país sem controlo nas pescas por culpa dos governantes.
A situação de carência, aliada à inflação que se vive em Angola, agravada pelo enfraquecimento da moeda nacional, kwanza, desde o 1º semestre do corrente ano, tem obrigado as autoridades a um esforço para criar um ambiente favorável à descida das taxas de juro e, dessa forma, estimular a actividade económica.
Segundo informações a que se teve acesso, o Banco Nacional de Angola (BNA) tem tentado “impedir” o movimento de descida da taxa de juro de referência, ao nı́vı́ el Comité de Política Monetária (CPM). Ao que indicam as informações, O BNA decidiu na reunião do CPM, em Março do corrente ano, reduzir as várias taxas de referência, pelo que, tanto a taxa BNA como a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez diminuı́rı́am para 17% nos dois casos.
Anteriormente, em Janeiro, o CPM decidira reduzir a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez de 21% para 18%, tendo baixado também a taxa básica de juro de 19.5% para 18%. Contudo, entre os altos e baixos da economia angolana, “que dança ao ritmo do preço do petróleo”, o sector não petrolı́fı́ero encontra-se cada vez mais submetido a uma forte pressão devido à depreciação cambial e ao impacto da remoção parcial dos subsı́dı́ ios aos combustı́vı́ eis e à depreciação abrupta do kwanza, cujos efeitos principais, considera-se serão sentidos no último semestre, penalizando sobremaneira os cidadãos, que já estão a sofrer com todos os exercícios que vai resultar na estagnação e uma alegada contracção económica.
Enquanto isso, um relatório da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), descreve Angola como um dos paı́sı́ es mais afectados pela pesca ilegal, entre 2020 e 2022.
Falta de capacidade de resposta das autoridades angolanas, aliadas à “facilidades” concedidas a armadores de determinados países, por governantes angolanos, incluindo altas patentes das Forças Armadas, que obtêm chorudos lucros com o processo, indicam uma “falha sistémica” em controlar as pescas através de regulamentação apropriada e conforme com os requisitos internacionais da indústria.
Os produtos do mar de países apontados no relatório ao Congresso dos EUA ficam sem acesso ao mercado norte-americano e serão colocados sob avaliação, para determinar se foram implementadas medidas para corrigir as falhas identificadas.