O Presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG), Paulino Jerónimo, está mais uma vez no epicentro de uma polêmica intensa, envolvendo agora a tentativa de saque de mais umas dezenas de milhões de dólares ao Ministério dos Petróleos.
Jerónimo busca fechar contratos milionários ilícitos para obras e aquisição de equipamentos faraónicos para a nova sede da ANPG, o edifício sede do Banco Economico na Mutamba que a ANPG já está a comprar por 100 milhões de dólares, fora as obras e os equipamentos, onde vãos gastar mais 100 milhões de dólares, como soubemos de fontes do Banco Económico, que tem acompanhado as visitas de todas estas empresas as ao edifício, onde já circulam como se já tivessem ganho os contratos com a ANPG.
O assalto está a ser feito directamente com empresas amigas, sendo que algumas delas até já estiveram a adiantar valores em cash no Brasil para garantir os contratos. Algumas das empresas envolvidas são a TIS TECH, a QUATUM e o Gabinete de Engenharia ACURCIO PAIXAO, e ainda uma rede de Nigerianos dirigida por Tude Laniyan. Sem consultas ou concurso público como obriga a lei angolana, junto de empresas sem experiência e sem as certificações necessárias e obrigatórias. Esta manobra suscita indignação, especialmente quando a actual e novíssima sede da ANPG, as caríssimas Torres do Carmo, foram e estão ainda a ser objecto de enormíssimos investimentos de milhões em obras de requalificação e manutenção.
O foco do escândalo recai sobre as práticas ilegais do PCA, que parece ignorar o bom senso e o estado das instalações actuais das Torres do Carmo e insiste em roubar valores significativos para uma nova sede sem justificação clara, e com investimentos orçamentados muito para alem do que seriam valores normais, e sem concurso público. A TisTech, comandada por Óscar Tito e William Oliveira, uma das envolvidas nesse processo, é também mencionada, levantando sérias preocupações sobre a conformidade e transparência na gestão de contratos, uma vez que a Tis Tech e os seus sócios têm graves problemas legais e fiscais com a justiça no Brasil e Angola onde está sob investigação, e sem capacidade para ser considerada pelo Compliance da ANPG, mas que o PCA insiste em exigir que seja considerada.
Ao exigir a adjudicação sem concurso público e ignorar o compliance interno da ANPG, Jerónimo coloca em risco não apenas a integridade financeira da agência, mas também a confiança da sociedade angolana, também perante o exterior, já que o sector que dirige é o mais sensível e estratégico de Angola, dele dependendo o desenvolvimento de todo o país. A tentativa de saque ao Ministério dos Petróleos destaca a urgência de uma investigação independente para esclarecer essas alegações e impedir potenciais desvios de recursos públicos em benefício de interesses pessoais.
Fontes da ANPG fazem saber que as práticas de Jerónimo são muitas vezes desaconselhadas pela área de Compliance da ANPG, embora ignoradas veementemente pelo PCA que gere a Agência como se estivesse a gerir a própria casa.
Além disso, a ligação internacional do PCA com o Dubai e a Nigéria está sendo revelada. Transferências milionárias para o exterior, especialmente para a Nigeria e o Dubai, são parte integrante de esquemas financeiros obscuros. O amigo nigeriano Tude Laniyan também surge no cenário, indicando desvios de bilhões em múltiplas negociatas, com contratações que se estendem ao Brasil, Dubai, Portugal e, de maneira significativa, à Nigéria, onde movimentações bancárias em cash levantam sérias suspeitas. A sociedade angolana aguarda agora esclarecimentos sobre essas práticas questionáveis, demandando investigações aprofundadas para responsabilizar os envolvidos e restaurar a integridade na gestão dos recursos públicos.
Fonte: 24Horas