O Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), um dos órgãos estratégicos da Defesa Nacional, está a ser alvo de graves denúncias de nepotismo, corrupção e má gestão de recursos, situação que tem gerado um clima de descontentamento e instabilidade interna.
revelam que a polémica surgiu após a aprovação do Estatuto Orgânico e Remuneratório do SISM pelo Presidente da República, através do Decreto Presidencial n.º 235/23.
Com a alocação de novos fundos, verificou-se um aparente desvirtuamento na gestão da instituição, resultando num ambiente marcado por exclusões e privilégios selectivos.
De acordo com fontes internas, com a chegada de novos fundos ao SISM, verificou-se uma divisão interna entre a liderança do serviço, comandada pelo general João Pereira Massano, e a Direcção Principal de Inteligência Militar Operativa (DPIMO), liderada pelo general Paulo de Oliveira.
Esta cisão teria resultado na exclusão de oficiais das áreas operacionais de Inteligência Militar e Contra-inteligência, bem como das unidades especializadas, como a Brigada Táctico Operativa e o Regimento Especial.
A discriminação dentro do SISM é apontada como uma estratégia para concentrar privilégios nas mãos de um grupo restrito de dirigentes e civis sem formação na área.
Conforme a denúncia, enquanto oficiais superiores com décadas de experiência enfrentam dificuldades, um grupo selecto beneficia-se de regalias desproporcionais, incluindo festas luxuosas, viagens turísticas, distribuição de bens de consumo e cartões de compras em supermercados AngoMart.
Por outro lado, fontes do Imparcial Press revelam que o processo de recrutamento tem sido manipulado, favorecendo familiares e pessoas próximas dos dirigentes do SISM.
Filhos, sobrinhos e até amantes de altos responsáveis teriam sido incluídos em cursos de formação de oficiais das Forças Armadas Angolanas (FAA) e de Inteligência, sem critérios claros de mérito ou necessidade operacional.
Como resultado, os oficiais altamente qualificados são marginalizados e progressivamente afastados, enquanto recém-recrutados sem experiência circulam pelos corredores do edifício, aguardando apenas os seus salários ao fim do mês.
A situação tem gerado profundo descontentamento entre os especialistas do órgão, muitos dos quais dedicaram décadas à segurança nacional e agora se veem relegados ao esquecimento.
Curiosamente, a actual administração do SISM adotou como lema de mandato “Combater a Corrupção e o Nepotismo”, uma contradição flagrante perante os escândalos que se multiplicam internamente.
Perante este quadro, os denunciantes apelam à intervenção urgente do Presidente da República e das entidades de fiscalização para restaurar a integridade e eficiência da instituição, garantindo que os princípios da transparência e mérito sejam efetivamente respeitados no seio do serviço
Imparcial Press