“Mulheres com cargos políticos de destaque em Angola pouco fazem para bem comum”, afirmam especialistas

A jornalista e palestrante Tirsa Alberto disse este sábado, 16, à Rádio Correio da Kianda, que apesar de uma participação considerável das mulheres na vida política do país, ainda é questionável o seu trabalho em prol da sociedade.

Tirsa Alberto defendeu que a mulher tem conquistado o seu merecido lugar, mas é importante que influencie os decisores do país a gizarem políticas que se reflictam na vida do cidadão.

“Temos mulheres lá em cima, que podem e podiam até aproveitar essa oportunidade desde 2017 até 2027, fazer uma diferença, a presidente da Assembleia, a Vice-Presidente e tantas outras que estão lá na elite, se fossem pessoas que realmente quisessem ou pudessem contribuir para o desenvolvimento e o crescimento da  mulher em todas as vertentes, têm tudo para fazer”, disse.

Para Tirsa Alberto, as mulheres nos lugares cimeiros da política angolana, “não têm dado o seu contributo e se tem dado, ainda é pouco” e salienta que, seria uma oportunidade que as mulheres teriam para fazer a diferença.

“Nós temos quatro ou cinco mulheres à frente de poderes decisivos do país, o que é que é feito, não fazem, muitas das vezes, não é por falta de oportunidade, mas por estarem ligadas à um sistema, por estarem ligadas a um partido, têm que respeitar aquilo que são as ideologias partidárias do mesmo partido”, explicou.

Para ela, muitas das vezes o facto belisca aquilo que é o interesse social da própria população.

Já a deputada à Assembleia Nacional Ariane Nhany, entende que, é hora de as mulheres sentarem e reflectirem em que meio estão e o que querem para o futuro

“Hoje nós temos, por exemplo, oportunidade e podemos fazer por videoconferência, podemos  fazer em salas de conferência lotada de mulheres e abordarmos sobre como as mulheres querem se posicionar, que futuro as mulheres querem para essa Angola, mas infelizmente não temos dado esse passo e sentarmos juntas, despirmos das cores partidárias, despirmos das nossas  organizações e olharmos para a mulher como um ser pronto para realizar um papel crucial  de moralização da sociedade e de auxiliar as famílias”, enfatizou.

Ariane Nhany, sustentou que, a sociedade civil tem um papel crucial na moralização e auxílio das mulheres e lembrou que, existem organizações voltadas às mulheres, que tem feito um trabalho importante.

“Tem o Onjango Feminista e tem outras organizações que trabalham com as mulheres, tem as organizações políticas, a OMA, a LIMA, a mulher do PRS, da FNLA e eu acho que é o momento de se sentar e verificar então que sociedade queremos daqui para frente, como queremos educar os nossos filhos e influenciar nas medidas que apontem para o bem-estar dos cidadãos”, finalizou.

As interlocutoras falavam no programa “Entrelinhas” que olhou para “O papel da mulher na moralização da sociedade e na estabilização das famílias”.

“Entrelinhas” é um espaço de debate da inteira responsabilidade da Acção para o Desenvolvimento da Juventude Angolana (ADEJA), emitido todos os sábados das 14h às 16 horas, na Rádio Correio da Kianda.

Correio da Kianda

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