O antigo diretor do Instituto de Estradas de Angola (INEA), Joaquim Sebastião, libertado em julho de 2019 sob Termo de Identidade e Residência alegando motivos de saúde, tem levado uma vida de luxo em Portugal.
Segundo fontes, Sebastião reside em uma zona nobre de Lisboa e frequenta os mais luxuosos restaurantes e lojas, alimentando a indignação de muitos angolanos.
Joaquim Sebastião foi detido preventivamente em janeiro de 2019, sob acusações de peculato, e colaborou com as autoridades, apresentando voluntariamente uma lista de cerca de 30 imóveis em Angola, Portugal e Brasil, além de uma dúzia de veículos. Apesar de acordos que permitiram a ele manter apenas duas viaturas e uma casa para a família, excluindo as propriedades de Kikuxi e Talatona, avaliadas em cerca de 10 milhões de dólares cada, o antigo dirigente parece estar longe de enfrentar restrições severas.
O ativista Alcides Caliata lamenta a situação, afirmando que o “propalado combate à corrupção fracassou”.
Caliata critica a aparente impunidade, destacando que muitos envolvidos em escândalos de corrupção vivem vidas luxuosas fora de Angola enquanto seus processos judiciais permanecem paralisados. “Ficamos com a sensação de que o crime compensa porque estas pessoas agora vivem entre Luanda e outras capitais ocidentais desfrutando do que roubaram ao povo. Isso é revoltante e descredibiliza o Estado angolano”, disse.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) já apreendeu diversos bens de Joaquim Sebastião, mas o caso parece estagnado, reforçando a percepção de que as ações contra a corrupção em Angola enfrentam sérios entraves. Para muitos, a continuidade de situações como essa abala ainda mais a confiança nas instituições angolanas e alimenta a frustração de uma sociedade que clama por justiça.
De acordo com várias fontes, Sebastião tinha uma fortuna acima de um bilhão de dólares americanos, espalhada por Angola e diversos paraísos fiscais. O que a PGR apreendeu é uma pequena porção que nem supera o “roubo” que lhe foi feito pelo seu antigo sócio, agora transformado em “marimbondo bom”.
Diário dos Negócios