Irmãos Mutindi: Corrupção e Impunidade no Cuando Cubango

Os irmãos Mutindi, Odalya e Tyilenga, se tornaram símbolos da corrupção em Angola, especialmente no contexto do erário público. Odalya, filha do ex-governador de Cuando Cubango e ex-ministro do Turismo, Pedro Mutindi, é acusada de ter saqueado cerca de 900 milhões de kwanzas dos cofres do Estado. Parte dessa fortuna teria sido utilizada para sustentar um estilo de vida luxuoso.

De acordo com informações publicadas pelo site Maka Angola, Odalya teria conquistado contratos para a construção de um hospital municipal, no valor de mais de 600 milhões de kwanzas, através de uma empresa-fantasma. Em 2019, após ser notificada pela Procuradoria Geral da República (PGR), a empresária fugiu do país e nunca mais retornou a Angola, evitando assim a responsabilização.

Tyilenga Mutindi, o primogénito de Pedro Mutindi, também está envolvido em esquemas de corrupção. Desde 2008, quando seu pai foi nomeado ministro do então Ministério da Hotelaria e Turismo (MINHOTUR), Tyilenga começou a operar com a empresa Mutanga Service Lda, sem a realização de concursos públicos. Essa prática violou a Lei da Probidade Pública que rege o serviço público em Angola.

Em 2014, Tyilenga realizou mais um esquema irregular ao fornecer 25 viaturas protocolares para o MINHOTUR, com a conivência do pai. Apenas cinco viaturas chegaram ao departamento ministerial, enquanto as outras 20 desapareceram em circunstâncias obscuras.

Embora tenha sido mencionada uma investigação pela Inspeção Geral da Administração do Estado (IGAE) em 2017, nada parece ter avançado. Tyilenga continua impune, circulando livremente, longe das consequências legais que deveriam ser aplicadas.

Esses casos exemplificam a corrupção sistêmica que permeia as instituições angolanas, refletindo a falta de efetividade na luta contra a impunidade e a necessidade urgente de reformas que assegurem a responsabilização dos que desviam recursos públicos.

Secreto News

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