Grinner perto da cimenteira CIF

Pelo que já era espectável, a balança do concurso em que está em causa a fábrica de cimento CIF, pende para quatro empresas, mas a Grinner aparece no topo da lista de entidades aprovadas para arrebatar este empreendimento fabril

júlio Gomes

A proposta de qualficação(preliminar) coloca a Grinner, onde se cruzam interesses do Banco Baie de alguns gurus do regime no lugar cimeiro, dando já a entender que ela (Grinnere) tará mais perto de “abocanhar” a gestão da fábrica.

“Conforme previsto, no ponto 16.1 do programa de procedimento, a Comissão de Negociação, após análise e avaliação das candidaturas decidiu propor a qualificação, para afese de apresentação de propostas mediante Iicitação, em leilão electrónico, dos seguintes candidatos Grinnes/Ciment/Mercons, Moçambique Dugongo, S&H/Yufeng Cement Lhd, lê-se no documento preliminar de deliberação da comissão de negociação.
Mas fonte deste jornal questiona a idoneidade dos consórcios H&S/ Yufeng Huaxin Ce ment nestes termos. “A pergunta que se coloca é: será que com a volume de empreitadas em que a Grinner está envolvida o seu endividamento não passa os 5%, interroga, inintindo. “A Cimenfor que aparece no consórcio com a Grinner é verdade que não tem rácio de endividamento superior aquilo que é exigido pelo caderno de encargos?”.
De acordo com o mesmo contacto, a Mercons, empresa de construção não tem exposição de endividamento, e sabe-se que é liderada por um dos irmãos mais novos do empresáno Silvestre Tulumba “o que a ser assim não credibiliza de nenhuma forma todo o processo inerente ao concurso”.
“A volta das alianças só demonstra que estamos cobertos de alguma razão. Uma razão que devia levar imediatamente aos proponentes do concurso à sua anulação, jà que a ser assim fica todo ele viciado”, aponta a fonte, indicando que, “essa proposta de qualicação preliminar está envolta de muitas imperfeições e suspeitas que reeditam coisas que já vimos no anterior Govema do Presidente José Eduardo dos Santos”.
Por isso, alertam que o actual Executivo deve prestar atenção às manobras sobretudo de empresas com histórico duvidoso, muitas das quais com escritórios em paraísos fiscais, ou mesmo criadas à socapa para entrarem em negócios em Angola que acabam por não agregar valores ao país, mas sim aos de origem.
O instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (GAPEL), havia anulado em Outubro do ano passado o concurso, depois de verificadas irregularidades, voltando as unidades industrias doC IF, onde se incui a fábrica de cimento, a concurso, em Janeiro deste ano, cujas candidaturas encerraram a 14 de Março último, perfilando-se já, em primeiro Plano, a Gonner, empresa onde se cruzam interesses do Banco Angolano de investimentos (BAi). Uma relação que vem sendo questionada por altas entidades que acompanham a evolução da alienação dos activos recuperados pelo Estado há bastante tempo.
Estas fontes acham que a fábrica de cimento deve ser entregue a um concorrente de qualidade que tenha dado provas de gestão e com possibilidade de elevar a produtividade deste grande empreendimento fabril capaz de coocar no mercado 3,6 milhões de toneladas de cimento por ano, mas actualmente abaixo de uma produção que não ultrapassa os 15% da capacidade instalada, traduzindo-se na menor oferta do produto e aumento exponencial dos preços que já andam à volta dos sete mil kwanzas por unidade de 50 quilogramas. Conseguirá a Grinner arcar com a requerida eficiência? E uma pergunta que fica no ar,numa altura em que antigos donos (chineses) que também pouco ou nada fizeram para aproveitar a capacidade instalada, a não ser produzindo, para o comento ´escapar´ para o mercado da República Democrática do Conou (RDC) onde o produto chega a render dez vezes mais que em Angola, como referiu um antigo camionista que conhece os meandros do negócio na RDC.

Jornal 130

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