Os trabalhadores da Sociedade Mineira do Cuango (SMC), província diamantífera da Lunda-Norte, paralisaram na quinta-feira, 20 de Julho, as operações por alegada falta de condições de trabalho, bem como exigem a destituição do actual chefe das operações mineras, por supostamente ser “tribalista” e alguém que promove a “discriminação” no seio dos operários.
Em entrevista ao portal Rádio Angola, o colectivo de trabalhadores da Sociedade Mineira do Cuango (SMC), afirma que a greve foi decretada depois de várias reuniões de concertação com a entidade empregadora e outros organismos competentes, mas sem sucesso.
“Abordamos várias questões atinentes com a vida laboral de todos trabalhadores, e por falta de consenso em ambas partes, resolvemos paralisar tudo para decretar a greve para exigir as condições básicas de todo produtor do mineiro nessa empresa de grandes elites angolanos”, contam os trabalhadores.
De acordo com a narrativa de Nairobi Pinto, trabalhador e membro da Comissão Sindical de trabalhadores da Sociedade Mineira do Cuango, a greve começou na quinta-feira, 20 de Julho de 2023, cujo objectivo é exigir da entidade patronal respostas aos pontos constantes no caderno reivindicativo discutido na assembleia geral ocorrida a 16 de Outubro de 2022, há quase um ano, que por falta de resposta, disse, “entendemos paralisar todos os serviços para exigir as condições básicas de trabalhadores”.
O também porta-voz da Comissão Sindical, fez saber que no caderno reivindicativo, constam igualmente vários outros pontos, como no caso da melhoria de serviços de saúde, a cesta básica, e o aumento salarial.
“Quanto à saúde, para sermos assistidos na Clínica Sagrada Esperança, a entidade patronal tem obrigado trabalhadores a pagar uma soma exorbitante que ronda a cerca de mais de 16 a 20 milhões de kwanzas, quando na verdade há quem ganha na mina 200 mil kwanzas/mês”, disse.
O sindicalista lembrou que no contrato que os trabalhadores tinham celebrado com a empresa mineira consta o direito de assistência médica e medicamentosa de todo trabalhador e seus dependentes, mas ao contrário, segundo lamentou “a e entidade continua primando na mesma tecla que a muito viemos a discutir na sua redução”.
A volta da situação, os mineiros também, nessa ocasião, aproveitaram a oportunidade de clamar à direção da empresa para a eletrificação do actual bairro social construído pelos trabalhadores da sociedade Mineira do Cuango, localizado na vila mineira de Cafunfo, sem o apoio da referida empresa.
Depois da greve, os trabalhadores e a direção da empresa Sociedade Mineira do Cuango (SMC), estão de costas viradas devido à falta de cumprimento do caderno reivindicativo de 16 de Outubro de 2022.
A Rádio Angola sabe que recentemente membros da Comissão Sindical deslocaram-se, por duas vezes, a Luanda, para junto da direcção da empresa tratar do mesmo assunto, mas sem sucesso.
Reclamam da falta de interação do diretor das operações por, na visão dos trabalhadores, não ser comunicativo e os trabalhadores pedem a sua constituição imediata por usar tribalismo.
Reivindicam ainda a falta de enquadramento de filhos locais, pois segundo eles, a Sociedade Mineira do Cuango opta pelos expatriados e pessoas de outras regiões do país, que recebem salários avultados do que os nactivos, que vivem na miséria alguns com contratos de eventuais ganhando 80 mil kwanzas.
Exigem por outro lado a garantia da saúde dos operadores com idade de reforma e os acometidos com patologias profissionais.
“Enquanto os pontos acima referidos não forem atendidos a greve vai continuar”, prometem os trabalhadores da Sociedade Mineira do Cuango (SMC).
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