O governo angolano continuava hoje sem reagir a alegações de que poderá ter feito uso de um sistema de software para monitorizar cidadãos através dos seus telemóveis.
As alegações, contidas numa reportagem do jornal português Expresso, seguem-se às notícias anteriormente publicadas que uma empresa sediada em Israel tinha criado mais de uma centena de contas falsas nas redes sociais e internet para fazer propaganda a favor do MPLA e contra a UNITA.
Agora o jornal Expresso diz que entre março e agosto de 2023 foram criados “meia centena” de endereços eletrónicos “para atrair cidadãos angolanos e levá-los a clicar em páginas infetadas com o Predator, um spyware capaz de aceder a todo o conteúdo de um telemóvel, além de poder usar a câmara e o microfone para vigiar os seus utilizadores”.
A alegação faz parte de uma investigação levada a cabo pela Amnistia Internacional partilhada com o semanário português e a EIC, uma rede de investigação envolvida em averiguar o uso do software Predator através do mundo.
Os endereços eletrónicos criados continham os nomes ligeiramente alterados de sites de notícias incluindo vários sites angolanos e portugueses.
A salientar contudo que segundo um porta voz do Laboratório de Investigação da Amnistia Internacional “não foram detetadas até ao momento situações concretas de vítimas angolanas com os seus telemóveis espiados, nem foi possível confirmar se houve uma clonagem do conteúdo dos sites originais”.
Documentos obtidos durante a investigação indicam que Angola é mencionada como um país em discussão para uma reunião em Junho de 2018 com dos fundadores da empresa Nexa que vendia o sistema Predator mas “não existem provas de que o regime de Luanda tenha contratado os serviços da Nexa”.
O governo angolano não respondeu a pedidos para confirmar ou desmentir a compra do sistema Predator.
Voa