Um financiamento substancial do Exim Bank dos EUA para a construção de infraestruturas de energia renovável em Angola continua a gerar controvérsias devido às ligações políticas da empresa beneficiária, Omatapalo. Esta empresa, com participação significativa do atual governador de Benguela, Luís Nunes, tem sido alvo de críticas e suspeitas de favorecimento político.
A Omatapalo, que tem recebido contratos consideráveis por adjudicação direta, é uma das principais beneficiárias do financiamento de 900 milhões de dólares do Exim Bank, destinado à construção de duas centrais fotovoltaicas em Malanje e Ícolo-Bengo (OMATAPALO) (Jornal 24 Horas). Este financiamento faz parte dos esforços para aumentar o acesso à energia limpa em Angola e apoiar os compromissos climáticos do país.
Contudo, as conexões da Omatapalo com figuras políticas, especialmente com Luís Nunes figura muito próxima do Presidente João Lourenço, levantam questões sobre transparência e integridade nos processos de adjudicação. Nunes, que adquiriu 64,6% da Omatapalo através de sua empresa Socolil, renunciou ao cargo de Presidente do Conselho de Administração ao se tornar governador, mas suas ligações com a empresa permanecem um ponto de preocupação (Manchete Angola) (Voice of America).
Críticos apontam que a Omatapalo tem sido utilizada para encobrir esquemas de desvio de fundos públicos e branqueamento de capitais, alegações que a empresa nega veementemente. A empresa afirma que seu sucesso se deve à competência e qualidade das obras realizadas, e não a quaisquer favorecimentos políticos (Manchete Angola) (O LADRÃO) (Voice of America).
A situação torna-se ainda mais complexa com a supervisão de projetos pela empresa Dar Al-Handasah, que também enfrenta críticas por não cumprir contratos anteriores de forma satisfatória (Manchete Angola). O uso recorrente de adjudicações diretas, em vez de concursos públicos, é visto por muitos como uma prática que necessita de maior regulamentação e supervisão para garantir justiça e transparência (Voice of America).
O caso da Omatapalo ilustra a necessidade de reformas no processo de contratação pública em Angola, destacando a importância de auditorias independentes e mecanismos robustos de prestação de contas para assegurar que os recursos públicos sejam utilizados de maneira eficiente e justa.