A relação entre o Presidente João Lourenço e a empresa Omatapalo, ligada ao governador da província de Benguela, Luís Manuel da Fonseca Nunes, volta a levantar sérias questões sobre potenciais conflitos de interesse e práticas obscuras dentro da gestão governamental angolana, com a Omatapalo recebendo a maioria dos contratos públicos de obras, o que faz reacender preocupações sobre os reais motivos por trás desta preferência exclusiva.
Segundo matéria do site de notícias Imparcial Press, desde que assumiu o cargo, o presidente Lourenço prometeu uma era de transparência e combate à corrupção, mas a realidade parece contar outra história. A falta de diversificação nos contratos governamentais, com a Omatapalo quase monopolizando grandes projetos, põe em dúvida o compromisso do governo com a justiça e a igualdade de oportunidades no setor.
O site refere que especialistas apontam que tal concentração pode limitar o crescimento econômico do país ao sufocar a inovação e ao impedir que outras empresas participem de maneira equitativa.
Além dos riscos econômicos, a integridade da gestão de recursos públicos torna-se uma grande preocupação, assinala.
A falta de clareza sobre como os contratos são concedidos e quem realmente beneficia-se das decisões políticas promove uma atmosfera propícia para a corrupção e o favorecimento, lembra o site. Observadores internacionais e locais clamam por uma investigação independente e abrangente para assegurar que as práticas governamentais estejam alinhadas com as necessidades e os desejos do povo angolano.
“O povo de Angola merece um governo que opere abertamente e em seu benefício, não um que sirva aos interesses velados de poucos”, afirmou ao site um analista político de Luanda que preferiu manter anonimato. “A dependência de uma única empresa para a execução de todas as grandes obras públicas é não apenas um risco econômico, mas também um potencial desastre em termos de accountability e qualidade.”
A situação exige uma atenção urgente para garantir que os princípios de boa governança sejam mais do que promessas vazias. A integridade e o futuro de Angola podem depender da capacidade do governo de reformar suas práticas e abrir espaço para uma gestão mais inclusiva e transparente.