Depois da morte do marido, Anastácia Joaquim Pereira, de 34 anos de idade, moradora do complexo residencial do Kikuxi, município de Viana, encontra-se detida há mais de cinco meses na comarca de Viana, por ser acusada pela família do malogrado de supostamente ter matado seu próprio marido, Leonildo Costa de Carvalho, de 60 anos de idade, que foi encontrado morto de forma misteriosa no interior do tanque de água do seu quintal, no pretérito dia 22 de Abril do ano em curso, e se ter apropriado da herança
Por: Kihunga Bessa
Falando em exclusivo ao jornal Na Mira do Crime, Luzia Monteiro Pereira, irmă de Anastácia, conta que Costa, seu cunhado, trabalhava como Contabilista Fiscal, tinha o seu escritório em casa e raramente saía sem se despedir da esposa que tanto cuidava dele todos os dias por ser hipertenso.
De acordo com a nossa entrevistada, tudo aconteceu depois que no dia 21 do referido dia, Anastácia saiu de casa junto com o esposo e foram visitar sua irmă cassula que terá dado à luz por via de cesariana. De regresso, esta recebeu um telefonema dos seus familiares para que fosse no Banco levantar algum na conta da renda da herança de que é titular, para suprir algumas despesas.
Por ser tarde, a mesma preferiu ir no dia seguinte. Explica ainda que, na segunda feira, 22, logo pela manhã, a irmã saiu de casa deixando o esposo e o empregado que tratava do jardim identificado apenas por “Galinha”, e foi ao Banco cumprir com a recomendação da família.
Mas Anastácia regressou rapidamente à casa por volta das 9 horas, no intuito de confeccionar a refeição do esposo. Mas posta em casa, notou ausência dos dois. Notou não só a ausência dos dois, mas também verificou que as portas estavam totalmente abertas.
Estranha, entrou e vasculhou em vários compartimentos, chamando pelos nomes tanto do esposo, como do empregado, mas estes não respondiam. De seguida, relata, ligou para o seu celular para saber a sua localização, mas não chamava. As viaturas todas estavam na garagem. Ao que se sabe, o malogrado nunca saiu sem despedir a esposa, o que preocupou ainda mais, Ligou para o jardineiro, e este terá dito à patroa que tão logo saiu chegaram dois senhores, alegando que pretendiam falar com Sr. Costa. Mesmo tendo dito que não o conheciam, o patrão pediu que entrassem.
“Uma vez que eu sentia-me mal desde manhã, o patrão mandou-me ir à casa e deixei-lhe os dois visitantes”, informou.
Salientou ainda que quando eram sensivelmente 12 horas do mesmo dia, a esposa e o jardineiro dirigiram-se até à esquadra do Luanda Sul, onde fizeram a participação, mas a polícia assegurou que só entraria em acção 24 horas depois. Segundo Isaías João, um dos cunhados da acusada, no mesmo dia por volta das 17 horas, um agente da polícia identificado por Alexandre que ostenta a patente de subinspector foi até àquela residência sem manter contacto com a família e regressou.
Informa ainda que na terça feira, 23, o mesmo polícia e mais alguns agentes juntamente com efectivos do SIC fizeram-se ao local e procuraram saber como tudo aconteceu, foi-lhes informado que a família já procurou em quase todos sítios da casa, menos no armazém que está no interior do quintal por não ter acesso a ele.
Explica a irma que estes pediram que fossem ao referido armazém, mas antes de chegar ao armazém o mesmo subinspector que antes foi à casa pediu para com que abrissem o tanque de água onde a família nem se quer desconfiava por ter o sistema de Electro bomba e que, raras vezes, o malogrado se dirigia ao tanque. “Abriram o tanque e logo vimos um pé de calçado e os polícias pediram ao jardineiro que entrasse no tanque e descobriu se que era o corpo do empresário”, frisou.
“Logo as investigações começaram com a nossa irmã e o jardineiro, mas antes aqueles agentes levaram a irmã numa das salas da residência onde foi agredida e exigiram os códigos dos cartões multicaixa tanto do malogrado como da esposa, depois de os terem recolhido”, relatam. Uma vez que a residência tem câmeras de vídeo vigilância, os familiares de Anastácia pediram aos efectivos ai presentes para que analisassem as imagens para se aferir quem terá cometido a tamanha barbaridade.
Informou também que mesmo pegando as imagens das câmeras de vigilância, e sob agitação dos filhos da primeira relação e do subinspector, os agentes da polícia detiveram a esposa, atribuindo-lhe toda a culpa e, no mesmo dia, foi levada directamente ao comando provincial onde ficou até no dia 13 de Maio, altura em foi encaminhada para a Comarca de Viana, onde se encontra presa há seis meses, deixando o jardineiro de parte e impune até à data presente.
“Três dias depois de estar no comando provincial de Luanda da polícia nacional, foi ouvida pelo juiz de garantia no Tribunal de Luanda, localizado no Distrito Urbano da Maianga que a terá orientado a ligar aos familiares para constituir um advogado, com urgência, face à situação.
O instrutor do processo quando tomou conhecimento da constituição de advogado, a mandaram rapidamente para Comarca de Viana para impedir contacto com ele, o que levou os familiares a pedir justiça.
O jornal Na Mira do Crime ouviu o advogado Sebastião Francisco, para saber mais sobre o processo da sua cliente, este avança que não gostou da acareação feita numa sala com mais de 20 pessoas sendo 12 elementos do SIC, e mais dois polícias, sendo o indivíduo com quem a família desconfia que tenha deposto contra a acusada.
“Eu não sei se aquilo foi uma acareação ou um interrogatório, onde foram quatro horas de perguntas e sem o jardineiro”, disse. Informou o advogado que no dia 03 de Outubro, remeteu o processo em recurso ao Tribunal Dona Ana Joaquina para que haja uma outra acareação da sua cliente junto do jardineiro.
O Na Mira do Crime, sabe ainda através dos familiares da acusada que durante o período em que esta está presa, a sua casa e os restos dos empreendimentos deixados pelo marido ja foram arrendadas para outras pessoas e as roupas da acusada foram jogadas ao lixo.
A família está preocupada pelo facto dos agentes da polícia na altura terem recebido os cartões multicaixa com acesso aos códigos, e dizem não saber se estes terão mexido na conta da sua irmă.
Sabe-se também que o casal viveu durante 11 anos e fruto desta relação tiveram uma filha de 6 anos, e que tinha o mês de Dezembro deste ano como a data do casamento. Este jornal contactou um dos sobrinhos que não queria se identificar, este nega as acusações informa que na altura que o SIC esteve no local do crime a fazer a perícia, onde encontrou o corpo no interior do tanque e declarações que a mesma dava levaram a concluir que todas as evidências apontaram para ela como a assassina.
Na Mira do Crime