Criptomoedas: 33 estaleiros desmantelados e 100 chineses detidos por um crime que preocupa o PR

Luanda é quem domina as estatísticas da actividade considerada delituosa em Angola, com um total de 15 estaleiros de mineração de criptomoedas desmantelados desde o ano passado.

A mineração de criptomoedas é um crime que vem “vem crescendo” no País, como afirmou, recentemente, o Presidente da República. Nesta semana, soube-se de fonte oficial do Serviço de Investigação Criminal (SIC) que, desde o ano passado até à presente data, já foram desmantelados no território nacional 33 estaleiros de mineração de criptomoedas.

O mais recente episódio no âmbito do combate à prática reporta o desmantelado, na madrugada de domingo, 23, de um laboratório clandestino de reparação de processadores de mineração de criptomoeda, que funcionava de forma dissimulada num estaleiro localizado nas imediações do Viaduto do Km 25, no município de Icolo e Bengo.

Mas Luanda é quem domina as estatísticas da actividade considerada delituosa em Angola. Dados oficiais do SIC referem que, dos 33 estaleiros já desmantelados até ao momento, 15 operavam na capital do País.

Benguela, Zaire, Huambo, Bengo e Malanje integram, igualmente, o mapa dos centros de mineração de criptomoedas desmantelados pelas forças de defesa e segurança, avança Manuel Halaiwa, porta-voz do Serviço de Investigação Criminal.

Em termos de sujeitos envolvidos, o quadro aponta para um mercado criminal dominado por cidadãos chineses. No período em referência, já foram detidos, segundo o SIC, pelo menos 100 cidadãos daquele país asiático envolvidos na prática de mineração de criptomoedas.

PR pede combate à altura

Recentemente, o Presidente da República pediu aos órgãos judiciais do País que estejam à altura de combater crimes que não eram comuns na sociedade angolana, como é o caso da mineração de criptomoedas.

Ao discursar no empossamento de nove procuradores-gerais adjuntos, João Lourenço observou que a mineração de criptomoeda é um crime que “vem crescendo” e que precisa de merecer a “atenção e a firmeza” necessárias por parte dos órgãos de justiça para que “não se alastre”.

Afirmou que os casos de crimes diversos que são desvendados pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) “aumentaram consideravelmente”, envolvendo cidadãos nacionais e, “infelizmente”, estrangeiros.

“Estamos preocupados, sobretudo, com algum tipo de crimes que mais se repercute na nossa sociedade. Para citar alguns apenas: o aumento de casos de contrabando de combustível, vandalização de bens públicos, crime violento, homicídios, violação de menores, violência doméstica”, elencou.

Para o Presidente da República, a Procuradoria-Geral da República (PGR), enquanto Ministério Público, que tem a missão de preparar os processos que são encaminhados para julgamento, para os tribunais, “tem um papel importante”.

“Esperamos que tenham toda a dedicação possível para agilizar os processos, que não fiquem muito tempo na PGR, que sejam encaminhados dentro dos tempos razoáveis para os tribunais competentes, aqueles casos que tiverem de chegar a tribunal; obviamente, não serão todos”, sublinhou.

Que actividade é esta?

Exigente em termos de consumo de energia eléctrica, a mineração de criptomoedas, prática ilícita em Angola, é uma rede de usuários que utiliza recursos de computação para resolver cálculos matemáticos extremamente complexos e validar um conjunto de transacções, obtendo recompensas em criptomoedas durante a operação conforme o êxito obtido.

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