Os professores afectos a Escola Portuguesa de Luanda (EPL) iniciaram esta segunda feira, 24, uma greve de cinco dias, para protestar por melhorias salariais e por melhores condições laborais naquela instituição.
Os docentes frisaram que a paralisação é uma resposta a inovação do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) de Portugal, no qual diz respeito a equidade salarial entre o corpo docente da EPL.
Os docentes acusam o actual Governo Português, liderado por Luís Montenegro, de desvalorizar as condições laborais dos docentes que sentem-se “enganados” pelas promessas do ministro do MECI, Fernando Alexandre, feitas aquando da sua visita á EPL no ano passado.
Na altura da visita, o ministro garantiu que estava a ser estudado um subsídio para os docentes das Escolas Portuguesas no Estrangeiro e que a equidade entre os docentes era fundamental para boas condições de trabalho.
Uma das professoras participantes da greve, salientou que a paralisação acontece devido a falta de respostas do MECI.
“Somos funcionários do Ministério da Educação Português, pertencemos ao Estado Português, trabalhamos com muitos colegas que também pertencem ao Estado Português e as condições que uns têm são completamente diferentes das condições dos outros, portanto estamos a ser discriminados pelo nosso próprio Governo, o que é muito grave e incompreensível”, lamenta.
Os professores mantêm a esperança de que a greve não precise durar os cinco dias previstos e que o MECI apresente soluções concretas para as suas reivindicações, permitindo o regresso ao trabalho, ou de contrário ponderam novas formas de luta.
Os docentes da EPL, que foram vinculados em concurso extraordinário em Setembro do ano passado, queixam-se do agravamento das condições e de injustiças, e não descartam a possibilidade de abandonar a instituição antes do final do ano lectivo, pois afirmam que a transição da gestão da escola, iniciada em 2021, resultou numa perda substancial de regalias e remunerações, colocando estes profissionais numa situação de desigualdade face aos colegas em mobilidade estatuária.
“Estamos a receber pelo primeiro índice da tabela salarial de Portugal 1.657 e ainda assim, fazemos muitos descontos, logo, estamos a receber muito menos do que estaríamos a receber se estivéssemos em Portugal”, disse uma das docentes.
Correio da Kianda