Uma semana depois da denúncia do ministro de Estado e chefe da Casa Militar, general Francisco Furtado, de que havia governantes por detrás do contrabando de combustíveis para a RDC na província do Zaire, a PGR ainda não recebeu quaisquer nomes.
A criação da comissão multissectorial pelo Presidente da República tem por objectivo tratar do problema do contrabando de combustíveis, que, no fim,resulta na economia congolesa a usufruir da subsidiação em Angola a estes bens.
E a denúncia feita pelo líder desta comissão de que o crime envolve governantes, generais e comissários da PN, criou uma forte expectativa na sociedade de que este problema seria resolvido rapidamente por serem já conhecidos os seus cabecilhas. Mas. até agora, nada.
O Novo Jornal soube junto de fontes PGR que, apesar da expectativa pública criada pela denúncia, até agora a Casa Militar do PR não remeteu a lista dos nomes de figuras do Estado que supostamente estão envolvidos no contrabando.
A PGR lembra que este órgão de justiça só pode desencadear processos de investigações mediante a formalização da queixa ou da denúncia, o que até agora a comissão multissectorial, criada para combater o contrabando de combustível no Zaire, não o fez.
A fonte descreve que das investigações feitas aos contrabandistas detidos e sob investigação, nunca foram revelados nomes de figuras que fazem parte do Governo, de altos oficias generais das Forças Armadas Angolanas (FAA) e de comissários da Polícia Nacional.
“O contrabando de combustível é como o tráfico de droga, as pessoas capturadas quase sempre acabam por não revelar os nomes dos barões… E se há aqui indícios de que as chefias do contrabando sejam figuras importantes como o que publicamente dito, então estes supostos responsáveis devem ser denunciados à PGR para que se instaurem os competentes processos criminais”, contou a fonte, assegurando que a PGR age com factos e não com palavras.
Na semana passada, o coordenador da comissão multissectorial, o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do PR, general Francisco Pereira Furtado, disse que estes responsáveis serão levados à justiça para serem criminalizados.
Segundo o ministro de Estado, os contrabandistas têm a protecção de altas patentes das forças de defesa e segurança, que assegurou estarem identificadas.
Conforme Francisco Pereira Furtado, a província do Zaire é a que mais postos de abastecimento de combustível tem, mas essa “abundância” em nada se reflecte na vida das populações.
Segundo este alto responsável da Casa Militar do PR, na região Norte, entre as províncias do Zaire e de Cabinda, passa cerca de 80 por cento de contrabando de combustível, o que considerou como sendo “uma situação grave não só para a economia nacional, mas para a própria segurança do País”.
NJ