Portugal tornou-se o segundo maior exportador de canábis medicinal, apenas atrás do Canadá, e o número de empresas licenciadas está a aumentar, revelou esta segunda-feira o jornal ‘Público’, que destacou o antigo governante do PSD, Ângelo Correia, que estabeleceu em Portugal a primeira empresa do setor, a Terra Verde, no Montijo, que agora é detida pela gigante mundial, Curaleaf, uma multinacional com ligações à Rússia e financiada por Roman Abramovich.
Segundo dados do Infarmed, há 41 empresas para o cultivo, 24 para o fabrico, 51 de importação e exportação e 15 para o comércio e distribuição de canábis medicinal, sendo que em 2024 foram exportadas um novo máximo de 20 toneladas.
Ângelo Correia constituiu a Terra Verde em 2014, depois de contactos com o Governo então liderado por Pedro Passos Coelho, para acelerar as autorizações para a implantação da empresa, cultivo e exportação de canábis. “Fui fundamental, porque fui eu quem tratou de todos os contactos, de todas as reuniões, onde também estive presente, e ajudei na elaboração do projeto”, reconheceu o ex-ministro da Administração Interna.
Em setembro de 2014, o Infarmed autorizou o cultivo e exportação de canábis, sendo que a Terra Verde recebeu a primeira autorização concedida em Portugal. O organismo salientou que a totalidade das exportações de canábis da Terra Verde teriam como destino o Reino Unido e que a planta seria utilizada “para a produção de medicamentos a utilizar no alívio da dor derivada da doença oncológica, na esclerose múltipla e na epilepsia”.
Em junho de 2019, a multinacional britânica EMMAC Life Sciences comprou o capital social da empesa por quase 30 milhões de euros.
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