Biocom engana João Lourenço: “o esquema da máfia do açúcar é a falsificação de rótulos importados”

As contas com a maior falência técnica de todo o Sector Empresarial Público (SEP) em 2022, já que registou capitais próprios negativos de 320,7 mil milhões Kz, a Companhia de Bioenergia de Angola (BIOCOM) aponta agora baterias para os pequenos e médios produtores depois de garantir o apoio do Fundo de Garantia de Crédito (FGC) a financiamentos a produtores que estejam interessados em implementar projectos agrícolas que visem a plantação de cana-de-açúcar na região.

Os funcionários ouvidos pelo Portal o Ladrão, afirmam que os responsáveis da empresa deram dados falsos sobre o funcionamento da BIOCON ao chefe de Estado João Lourenço, a quando da visita de trabalho aquela instituição.

De acordo com os trabalhadores, existe uma máfia que não foi revelada, que é liderada por elementos bem identificados que compram todo produto de produção nacional feito na empresa Biocom e embalam em sacos e colocam os símbolos e logótipos de empresas internacionais para enganarem o Estado que o produto é proveniente do estrangeiro.

“Os exportadores compram a maioria parte do açúcar que a biocom produz e metem em sacos diferentes para comercializarem em Angola e a outra parte é exportada para outros países de África e na Europa” disse a fonte.

O Presidente João Lourenço, foi enganado pela Direcção da empresa, nós aqui sabemos como o esquema da máfia do açúcar funciona, para não falarmos das dificuldades de falta de matérias de segurança, alimentação, transporte em condições, péssimos salários e tantos outros meios que nos permitam exercer o nosso trabalho, disse a fonte ao Ladrão.

Os barões da máfia do açúcar, estão bem identificados e na próxima denúncia nós vamos trazer os nomes e as suas empresas átona, porque não se explica, o preço tão alto que custa o quilo de açúcar em Angola uma vez que temos aqui uma fábrica, frisou a fonte.

Há 10 anos que especialistas e pessoas ligadas à produção industrial no País já alertavam para a necessidade de envolver os pequenos agricultores nesta questão. “Mas foram, de facto, 10 anos perdidos para a BIOCOM reconhecer a falta de perspectiva de se atingir a tal capacidade industrial a curto prazo e o risco de incremento da degradação do equipamento ocioso, como já aconteceu em todos os grandes projectos agro-industriais nos últimos 20 anos”, sublinha o agrónomo. Mas, apesar do incentivo ao crédito, ainda assim, Fernando Pacheco mostra-se pouco optimista. “Vai ser difícil, mas o incentivo do crédito pode ajudar.
O grande problema será a falta de experiência, que só será ganha com tempo, que não será pouco”, salientou. Conseguir quem invista na produção de cana nesta altura não é fácil. A verdade é que, segundo apurou o Expansão no local, ainda não há produtores de cana-de-açúcar na região, o que poderá tornar ainda moroso o processo de a empresa estabilizar as suas contas. Isto porque vários produtores locais revelaram que o negócio não é rentável já que exige avultados investimentos.

LPN

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