O Banco Económico, anteriormente conhecido como BESA (Banco Espírito Santo Angola), enfrenta uma situação de falência técnica, com as autoridades angolanas a avaliarem a possibilidade de anunciar o encerramento definitivo da instituição no final de fevereiro de 2025.
De acordo com informações, está em curso uma avaliação independente designada pelo Banco Nacional de Angola (BNA) para auxiliar na decisão sobre o futuro do banco. O cenário atual é agravado pela falta de vontade dos acionistas em injetar capital adicional e pela indisponibilidade do Estado para oferecer apoio financeiro.
Situação financeira crítica
Apesar dos esforços de reestruturação e recapitalização iniciados em 2021, incluindo o encerramento de 28 agências (reduzindo para 42 o total de balcões) e uma redução de 215 colaboradores, o impacto nas contas foi praticamente nulo.
Segundo o balancete do quarto trimestre de 2023, o Banco Económico, liderado por Victor Cardoso, apresenta um passivo avaliado em 1,3 biliões Kz (1,6 mil milhões USD), superior ao ativo de 908 mil milhões Kz (1 mil milhões USD), colocando os fundos próprios negativos em 173,2 mil milhões Kz (209 milhões USD).
Apesar de ter recebido em 2023 60 milhões USD provenientes da venda da sua sede à Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG), os prejuízos continuaram a crescer, agravando ainda mais a situação do banco.
A falta de soluções e o futuro incerto
Os acionistas do Banco Económico, incluindo aqueles que foram transformados em acionistas após terem depósitos superiores a 5 milhões USD, não mostram disposição para injetar novos capitais, enquanto o Governo já excluiu publicamente a possibilidade de resgate fiscal.
A situação do Banco Económico, que se arrasta desde 2019, tem sido marcada por sucessivos prejuízos e dificuldades em se manter operacional. O encerramento do banco, caso seja confirmado, representará um marco importante no sistema financeiro angolano, com potenciais implicações para depositantes e credores.
Impacto no setor financeiro
O BNA e as autoridades financeiras deverão anunciar em fevereiro as medidas que serão adotadas para lidar com o encerramento, caso esta seja a decisão final. A prioridade será garantir o menor impacto possível para os clientes e preservar a confiança no setor bancário.
Com o agravamento dos capitais próprios negativos e a ausência de soluções viáveis, o encerramento do Banco Económico poderá ser um desfecho inevitável para esta longa crise financeira.
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