O Banco do Brasil quer estabelecer parcerias para financiar o agronegócio em Angola, considerando que apenas o crédito rural estimula a transformação no campo, trava o êxodo rural e gera rendimentos e emprego para as famílias, disse fonte do banco.
Fernando Gallo, da Diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil (BB), disse à Lusa que o Brasil possui exemplos de sucesso de como a política agrícola e o crédito rural contribuem para que o movimento de transformação no campo aconteça mais rapidamente, uma experiência que pode ser replicada em Angola.
“Então, trazemos situações onde o Brasil tinha dificuldades e o tipo de políticas e programas que implementou para atingir o resultado de hoje. Temos hoje o Brasil como a principal potência agrícola do mundo”, disse Fernando Gallo, em declarações à Lusa.
Enaltecendo o potencial agrícola de África e, particularmente, de Angola, o responsável deu nota de que o seu país, que há 50 anos era importador dos principais alimentos, hoje “despertou” e contribui para a segurança alimentar mundial devido à aposta no crédito rural e ao atendimento aos pequenos agricultores.
O Banco do Brasil esteve, na última semana, em Luanda, com operadores do agronegócio em Angola, a partilhar a sua experiência e à procura de oportunidades para celebrar parcerias, disse.
“Estamos a ver todas as oportunidades e nos apresentamos para que Angola veja o que há de oportunidade do Banco do Brasil para maior aproximação e negócios bons para ambos”, salientou.
Gallo abordou também a possibilidade do banco estatal brasileiro criar financiamentos para o setor agrícola em Angola, observando que o BB tem na sua carteira de atividades “alguns produtos para facilitar a importação e exportação e outros apoios creditícios que pode construir [com Angola]”.
“O sucesso do agronegócio brasileiro é justamente ter um grande banco por trás, com uma grande capacidade de empréstimos”, sustentou, acrescentando que o BB “tem uma capacidade de distribuição de recursos muito grande”.
Fernando Gallo, que fez parte da delegação do ministro de Estado para Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, que visitou Angola na passada semana, destacou a importância do intercâmbio e a abertura dos empresários angolanos para com a experiência brasileira neste setor.
O titular do departamento de Agronegócios do Banco do Brasil insistiu na necessidade da aposta e disponibilização do crédito rural, sobretudo como estímulo para a transformação no campo, segurança alimentar, geração de emprego e manutenção do homem no campo.
“A partir do momento que você tem o programa agrícola, com o produtor no campo, sendo subsidiado com crédito, com conhecimento e assistência técnica, ele passa a ter a sua manutenção no campo, evita ir para a cidade e além de gerar renda”, concluiu.:
Lusa