A Sonangol antevê abertura de oportunidades de expansão de exportação de derivados de petróleo no mercado da região da África Austral, com a conclusão das refinarias em construção no país.
De acordo com o presidente da Comissão Executiva da Sonangol, Joaquim Kiteculo, o mercado ampliou-se, desde 2020, altura em que África do Sul começou com o desmantelamento das primeiras quatro refinarias que existiam no país, um processo que continua, visto que perspectiva-se desmantelar as seis, o que vai fazer com que aquele país passe a importar derivados de petróleo.
Angola prevê uma capacidade total de processamento de 425 mil barris/dia de refinados de petróleo, com a implementação das refinarias de Cabinda, Soyo, Lobito e Luanda, está última já em operacionalidade, depois de ter sido ampliada e aumentado a sua capacidade de produção.
Falando ao programa radiofónico Ngol, adstrita a própria petrolífera nacional, Joaquim Kiteculo avança que dos 425 mil barris/dia de refinados a serem processados, 225 mil barris serão para o consumo doméstico e 200 mil serão reservados para a exportação, com realce para a região da África Austral, cobrindo países como Zâmbia, a República Democrática do Congo (RDC), Botswana, Tanzânia e Namíbia, países em que os combustíveis não são subvencionados.
“Num estudo de viabilidade técnica económica inicial eram os grandes países a serem recebidos”, avançou, destacando como vantagem o facto da região da SADC quase todos os países não terem subsídios aos combustíveis.
“ O que quer dizer que, o preço a ser pago pelos produtos derivados de petróleo é o preço real do mercado, ou seja, determinado pela procura e oferta”, aponta Joaquim Kiteculo, olhando para tais vantagens como sendo uma “ grande lufada de ar” para rentabilidade dos projectos das refinarias.
Acrescentou que a construção das refinarias obedece a certos pressupostos, como a viabilidade do projecto.
Obras em curso
A refinaria do Soyo, cujo investimento global está avaliado em 3,5 mil milhões de dólares, deverá ser concluída em 2025, altura em que começa a processar cem mil barris de petróleo por dia.
Já a refinaria de Cabinda, com a capacidade de processar 30 mil barris/dia, a primeira fase das obras de construção vai ser concluída em Dezembro, do ano em curso.
A do Lobito, com cinco propostas para o investimento, prevê processar mais de 200 mil de petróleo/dia, sendo maior das três em construção.