Centenas de empresas em Angola estão enfrentando insolvência, resultando na perda de milhares de empregos, especialmente entre os jovens. Empresários relatam que há mais de um ano o governo não tem cumprido com os pagamentos pelos serviços prestados, criando uma crise financeira sem precedentes.
Manuel Gonga, um empresário local, destaca que, além da falta de pagamentos, a Administração Geral Tributária (AGT) tem se tornado um obstáculo significativo. “As cobranças da AGT são um inimigo das empresas. Muitas acabam fechando, e a AGT, ao invés de ajudar, só se preocupa em multar. Eu mesmo já fechei as portas; não tenho condições de operar”, afirma Gonga, ilustrando a dificuldade enfrentada por muitos.
A crise não se limita apenas ao setor privado. Miguel Tete Neto, coordenador provincial das conferências das organizações da sociedade civil no Uíge, confirma a escassez de verbas nas instituições públicas, especialmente nas escolas. “As escolas do governo estão sem materiais; muitos fornecedores simplesmente sumiram. Os encarregados de educação acabam sendo obrigados a comprar material escolar”, relata Neto.
Ele explica que, na falta de recursos, muitos pais têm que adquirir folhas de papel A4 para que seus filhos possam realizar provas. “Dizem que a educação é gratuita, mas na prática, o ensino primário não é gratuito. As escolas não têm verba suficiente”, lamenta.
A situação atual em Angola lança luz sobre a necessidade urgente de reformas financeiras e administrativas, para garantir não apenas a sobrevivência das empresas, mas também a qualidade da educação e o futuro das novas gerações.
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