A verdade por trás da “mentira” do Grupo Carrinho – Luís Moniz

Recentemente, o Grupo Carrinho exigiu ao governo angolano o pagamento de uma dívida superior a 700 milhões de dólares norte-americanos, referente ao fornecimento logístico às Forças Armadas Angolanas (FAA) desde Janeiro de 2023.

Em um cenário já marcado por desafios econômicos, a empresa manifestou a sua incapacidade de continuar a fornecer abastecimentos às FAA nas condições actuais.

Contudo, a polêmica vai além das questões financeiras, tocando em temas de transparência, ética e responsabilidades contratuais, revelando um possível esquema de corrupção e má gestão de recursos públicos.

De acordo com fontes do Imparcial Press, desde que o Presidente da República, João Lourenço, introduziu o Grupo Carrinho no fornecimento logístico das FAA, os preços da alimentação de cada soldado duplicaram.

Esta situação não só é alarmante, como inaceitável, pois sugere um aumento injustificado dos custos e um potencial conluio entre o governo e a empresa para explorar os cofres públicos.

A duplicação dos preços é um indicativo claro de práticas corruptas, que merecem uma investigação minuciosa e uma resposta firme das autoridades competentes.

O Grupo Carrinho, por sua vez, desmentiu categoricamente tais alegações, afirmando que são infundadas e que a empresa continua a cumprir rigorosamente as suas obrigações contratuais.

Em comunicado à imprensa, a empresa defendeu-se, alegando que as notícias que sugerem uma situação de fome nas FAA e outras alegações sobre a sua relação contratual com o governo são falsas e prejudiciais.

No entanto, tais negações soam vazias e desesperadas, uma tentativa clara de desviar a atenção das graves acusações que pesam sobre a empresa.

A resposta do Grupo Carrinho levanta suspeitas adicionais sobre a transparência e a ética na gestão dos contratos públicos. A falta de clareza sobre os termos do contrato e os custos envolvidos só fortalece a percepção de que há algo a ser escondido.

A duplicação dos preços de alimentação dos soldados precisa ser investigada a fundo. Se confirmada, essa prática representa um grave desvio ético e um desrespeito ao dinheiro público, demonstrando que o Grupo Carrinho está mais interessado em enriquecer às custas do Estado do que em fornecer serviços de qualidade a um preço justo.

Além disso, a situação revela a fragilidade do sistema de verificação e balanço em contratos governamentais em Angola. A dependência excessiva de um único fornecedor pode levar a abusos e ineficiências, prejudicando directamente os serviços essenciais, como o abastecimento das FAA.

A diversificação de fornecedores e a introdução de mecanismos de fiscalização mais rigorosos são passos necessários para evitar tais situações no futuro. A actuação do Grupo Carrinho deve servir de alerta para a necessidade urgente de reformar os processos de contratação pública, garantindo maior transparência e concorrência.

A alegação de que notícias falsas estão a ser propagadas para minar a credibilidade de empresas e instituições é séria e merece atenção. Contudo, deve-se assegurar que tais alegações não sejam usadas para silenciar críticas válidas e investigações necessárias.

Transparência, responsabilidade e verdade são pilares essenciais para a construção de uma sociedade justa e informada. A tentativa do Grupo Carrinho de desacreditar o Imparcial Press sugere um comportamento defensivo e pouco ético, típico de quem tem algo a esconder.

Por outra, a polêmica entre o Grupo Carrinho e o governo angolano destaca a necessidade urgente de uma maior transparência e fiscalização nos contratos públicos.

A duplicação dos preços de alimentação dos soldados e a acusação de disseminação de notícias falsas são questões que não podem ser ignoradas. É essencial que todos os envolvidos, desde o governo até às empresas fornecedoras, sejam responsabilizados e que a verdade seja esclarecida, garantindo assim a integridade e eficiência dos serviços públicos em Angola.

A actuação do Grupo Carrinho neste episódio é um triste reflexo das práticas corruptas que ainda permeiam muitos sectores do país. É hora de exigir mais das nossas autoridades e das empresas que operam em Angola, assegurando que o interesse público prevaleça sobre os interesses privados.

Tenho dito!

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