A Sociedade Petrolífera Angolana (SOMOIL) aumentou a produção no bloco 2/05 em 43% para 22.000 barris de petróleo por dia na sequência de vários investimentos realizados pelo grupo empreiteiro constituído apenas por empresas nacionais, apurou o Expansão. Se antes os parceiros do bloco tinham que esperar seis meses para encher um petroleiro agora já só são necessários três meses para exportar, o que resulta num aumento de receita para as empresas do bloco.
O aumento de produção neste bloco resulta da estratégia do grupo empreiteiro do bloco que apenas tem empresas angolanas, que pretende aumentar para 30 mil barris diários a produção até 2025. São membros do grupo empreiteiro do Bloco 2/05 a Somoil (30%), a Falcon Oil (20%), a Kotoil (12,5%), a Poliedro (12,5%), a Prodoil (12,5%) e a ACREP (12,5%).
O apetite dos membros do grupo empreiteiro para investir e produzir mais teve um empurrão do Executivo, que por via da ANPG e do Ministério dos Petróleo, aceitou alterar os termos contratuais de modo a baixar a quota-parte do Estado no bloco. Antes da recente alteração dos termos contratuais a favor do grupo empreiteiro, os investidores apenas tinham direito a 10% do petróleo lucro e o Estado ficava com 90%. Ao abrigo dos novos termos contratuais, o Estado fica com 40% e o grupo empreiteiro com 60% do petróleo lucro. Recorde-se que nos contratos de partilha de produção o barril é dividido em duas partes iguais sendo uma petróleo custo que permite ao investidor recuperar os investimentos e o petróleo lucro onde o Estado normalmente tem a maior fatia.
Historial de produção
O bloco 2/05 arrancou a produção em 1982, sendo na altura o operador a empresa americana Texaco que ficou com o bloco até 2000. Nos períodos áureos, em 1998, o bloco chegou a produzir mais de 110.000 barris por dia. Mas no final do contrato, no início da década de 2000, a Texaco, que foi abso rvida pela também americana Chevron, observou os volumes de produção no bloco caírem para quase 20.000 barris/ dia numa altura em que o contrato de partilha de produção estava a terminar. Findo o prazo do contrato e com a produção muito em baixo, a antiga operadora não renovou o contrato e entregou o bloco à concessionária, na ocasião a Sonangol.
Posteriormente, esta entregou o bloco à sua subsidiária Sonangol Pesquisa e Produção, que acabou por encerrar a produção no bloco, até que em 2006 a Somoil assume o bloco com uma média de produção diária de aproximadamente 15.000 barris, volume que foi reduzindo e que segundo fontes do Expansão chegou a estar abaixo dos 2.500 barris de petróleo/dia em 2018. Em 2019, a petrolífera subiu a produção para 8.000 barris de petróleo/dia. Em 2021, a média de produção diária da Somoil subiu para 16.500 barris de petróleo por dia e actualmente a produção média de petróleo no 2/05 subiu para pouco mais de 20.000 barris de petróleo diários.
A Somoil tem-se estado a afirmar- se como a principal privada angolana a operar no sector e segundo apurou o Expansão subiu recentemente a sua produção em blocos não operados para 16.000 barris de petróleo por dia contra os anteriores 6.000. Fruto da aquisição das participações da TotalEnergies e da IMPEX no Bloco 14K.