Ministro Carlos Santos sob escrutínio por alegadas irregularidades na gestão e extinção de empresas públicas

Luanda — O Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, dirigido por Carlos Alberto dos Santos, está a ser alvo de críticas internas e externas relacionadas a alegadas práticas de má gestão, favorecimento de interesses privados e irregularidades administrativas, segundo denúncias feitas por fontes do sector.

De acordo com informações recolhidas, Carlos Santos, que anteriormente exerceu funções técnicas durante mais de três décadas, teria ascendido a Ministro sem um histórico político relevante e sem formação directa na área principal de actuação do Ministério. As críticas apontam que o actual titular, com experiência consolidada na gestão administrativa, teria trazido consigo práticas alegadamente viciadas do tempo em que liderava o Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística (GEPE).

Internamente, fontes descrevem o Ministério como “dividido em ilhas de influência”, com acusações de favorecimento de antigos colegas e técnicos ligados a casos de alegada corrupção. O ambiente é descrito como de instabilidade, com denúncias de disputas internas e práticas de bajulação para manutenção de cargos estratégicos.

Um dos pontos críticos refere-se à extinção da Empresa Nacional de Pontes, processo que teria deixado centenas de funcionários sem salários em atraso resolvidos. Durante o seu mandato como Secretário de Estado, Carlos Santos teria prometido solucionar as pendências financeiras da empresa, promessa que, segundo trabalhadores afectados, não foi cumprida.

Paralelamente, surgem denúncias graves sobre a gestão dos fundos do Instituto Nacional de Habitação (INH). Alegadamente, verbas depositadas ao longo de décadas pelos utentes — incluindo cerca de 8 milhões de dólares e 6 mil milhões de kwanzas — teriam sido desviadas para aquisições pessoais e contratos suspeitos, sem que houvesse intervenção efectiva dos órgãos de controlo.

O Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAE) e o Serviço de Investigação Criminal (SIC) foram também mencionados em denúncias sobre alegados subornos para inviabilizar investigações. Entre os nomes citados em práticas ilícitas estão directores de departamentos e entidades responsáveis por concursos públicos no sector.

Em meio às críticas, destacam-se ainda referências à gestão de contratos de obras públicas, com acusações de subfacturação, adjudicação direccionada e exigência de comissões para a viabilização de pagamentos de obras adjudicadas, práticas que, segundo fontes, têm prejudicado a transparência e a credibilidade do sector.

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