Com contratos milionários com as principais empresas do país, a JLM & Associados, agência de comunicação e relações públicas de origem portuguesa, tem se tornado um ator central no cenário angolano. Fundada em janeiro de 1998 por João Líbano Monteiro, a JLM expandiu suas operações para Angola e Moçambique, onde Dina Cortinhas atua como diretora executiva.

Na capital angolana, a JLM mantém uma carteira de clientes robusta, garantindo receitas de milhões de dólares anualmente. Seu foco em gestão de crise, consultoria estratégica de comunicação e assessoria de imprensa abrange instituições do Estado, do sistema financeiro e de outros setores da economia.

No entanto, a opacidade em torno das operações financeiras da JLM levanta sérias questões. Apesar de ser responsável por serviços de comunicação para entidades como a Agência Nacional de Petróleo e Gás e Biocombustíveis (ANPG) e a Empresa Nacional de Comercialização de Diamantes de Angola (SODIAM), não há informações públicas sobre os lucros anuais da empresa. Isso contrasta com a exigência de transparência financeira em Portugal, permitindo uma falta de supervisão que pode comprometer a integridade do setor.

A JLM também presta serviços a clientes como a Deloitte Angola, Banco Millennium Atlântico, e Grupo Salvador Caetano, o que a posiciona como uma influente consultora em um mercado onde as relações de poder são delicadas. Especialistas alertam que muitas consultoras portuguesas em Angola operam sob um regime de lobby, iniciando suas estratégias em Lisboa, o que pode distorcer a comunicação e a imagem pública das instituições angolanas.

Embora a JLM afirme, em seu site, que se guia por uma “paixão pelo desempenho dos clientes”, a falta de transparência e a predominância do lobby levantam dúvidas sobre a ética de suas práticas. A dependência de contratos públicos e a manipulação da comunicação para atender interesses particulares podem prejudicar a confiança na comunicação institucional em Angola.

Em resposta ao nosso e-mail do Lil Pasta News, a responsável da JML Angola, Dina Cortinhas, escreveu:

“JLM Angola é uma empresa de direito angolano que atua com rigor, cumprindo integralmente a legislação aplicável e as boas práticas de mercado. Desenvolvemos a nossa atividade com profissionalismo, transparência e preços alinhados com as condições praticadas no mercado.”

Além de suas grandes contas, a JLM também atende a Record TV e à BODIVA, ampliando ainda mais seu alcance no país.

À medida que a JLM continua a crescer em Angola, a sociedade civil e os órgãos reguladores precisam permanecer vigilantes, exigindo uma maior clareza nas operações de empresas que desempenham papéis tão significativos na comunicação e na imagem do país.

Lil Pasta News