A multinacional russa Alrosa, foi afastada pelo governo, de explorar diamantes nas Lundas. Trata-se de uma empresa, que há mais de 20 anos explorava diamantes nas sociedades Mineira de Catoca e Luele, na Lunda Sul.
A decisão de afastar a empresa russa é do Presidente da República, João Lourenço, que orientou o Ministério dos Recursos Minerais Petróleo e Gás, a negociar com as autoridades do Kremlin, a cessação dos contratos de exploração.
A informação foi avançada esta segunda-feira, em Luanda, pelo ministro Diamantino Azevedo, aos jornalistas, à margem da cerimónia de assinatura com a nova empresa que passa a operar em Angola.
No total, foram assinados 13 documentos, dois dos quais, estão relacionados com a cedência da posição contratual da Alrosa na CATOCA e na Hidrochicapa, à empresa Sentiment Capital, que tem acordo com a Endiama através de um roteiro.
Os documentos assinados são o contrato de cessação na quota, o contrato de cessação do contrato dos Direitos de créditos entre a Endiama e a Taadeen, contrato de transferência das acções entre Catoca e Luele, ainda o contrato de transferência de acções entre a prodel e a Luele, do número de capital social e subscrição de acções entre acionistas da Luele, também a declaração de concordância sobre as minutas de actas de subscrição das respectivas sociedades, entre a ENDIAMA, Catoca, Luele, reform, caixa, Caixa Catoca e a Taadeen.
Consta igualmente o acordo sobre a decisão Catoca como sócio único, acta do conselho de Administração da Endiama, em que delibera a pressão de quota de 41% para Catoca, e de 55% de acções de hidrochicapa/Taadeen. Ainda a acta da Assembleia Geral de accionistas a deliberar sobre o aumento do capital social e aquisição da totalidade das acções da Hidrochicapa.
De acordo com o ministro Diamantino Azevedo, os acordos assinados nesta segunda-feira representam o culminar de “um longo processo que tem duas fases distintas e devidamente separadas”.
A primeira fase, de acordo com o ministro, foi ao nível dos governos de Angola e da Rússia, que através do departamento ministerial respectivo, por orientação do Presidente da República, João Lourenço, a equipa trabalhou para encontrar uma solução para o que estava a afectar o sector diamantífero de Angola.
“Depois de conseguirmos chegar a um entendimento positivo com o governo da Rússia e a empresa Alrosa, termos concluído toda essa fase, passamos para uma segunda fase, já sem o envolvimento da Alrosa, com o novo parceiro, e hoje concluímos então essa segunda fase, com assinatura dos acordos entre a TAADEEN e a Endiama”, afirmou.
O ministro Diamantino Azevedo disse que agora o foco do governo será na diversificação das parcerias e organização da comercialização dos diamantes, no âmbito da reestruturação do sector diamantífero angolano, desde o início do mandato do presidente João Lourenço.
De acordo com o governante, o processo envolve igualmente a transparência e melhoria das receitas, “tanto para os parceiro como para o governo”, o aumento do corte e da lapidação de diamantes.
O ministro garantia que esses objectivos estão a ser alcançados, com o pólo de Saurimo, na província da Lunda Sul e com o “contínuo aperfeiçoamento da comercialização de diamantes”.
O alcance dessas metas, acrescentou, está ser possível por conta do processo de implementação da bolsa de diamantes.
Foram signatários dos acordos, os Presidentes dos Conselhos de Administração da ENDIAMA, Manuel Ganga Júnior e do TAADEEN, Abdul Aziz Al Maqbali na presença de membros directivos de todas as empresas envolvidas.
Ao tomar a palavra, Manuel Ganga Junior, disse que a cerimônia visou formalizar a saída da Alrosa de algumas actividades empresariais detidas em Angola, “concretamente e directamente na sociedade mineira do Catoca, bem como do Luele pela via indirecta – porque o Catoca é sócio do Luele- , bem como a saída da Alrosa do projecto Hidrochicapa”.
O responsável avançou que a razão da retirada da Alrosa está relacionada com as dificuldades de manter o funcionamento daquela empresa europeia, causadas pela sanções impostas à Rússia.
“Nós, o que fizemos, durante 15 meses, foi trabalhar no sentido de encontrar uma saída que permitisse viabilizar a actividade desses dois projectos, o que por si só é a espinha dorsal da actividade diamantífera em Angola”, afirmou, sublinhando que a Catota e Luele representam mais de 80% da produção diamantífera no país.
Acrescentou ainda que o tempo de 15 meses de trabalhos deve-se a necessidade de salvaguardar a sobrevivência do negócio e evitar constrangimentos nas actividades operacionais do Catoca.
Por sua vez, o PCA da TAADEEN, Abdul Aziz Al Maqbali, subsidiária do fundo soberano de Omã, no médio oriente, disse que a assinatura dos acordos representa um momento histórico não só para a empresa como também para os dois países.
Para o responsável, é um momento de felicidade, pois é a primeira vez que aquela empresa faz investimentos num país africano, por isso promete trazer desenvolvimento.
Correio da Kianda