Aos olhos da opinião pública “vendem” a imagem de uma Angola que possui um “superavit” de energia eléctrica e com potencial para exportação aos países vizinhos. No terreno, a realidade contrasta com a propaganda, visto que a energia disponível não cobre sequer metade do País e chega, em muitos casos, aos consumidores de forma irregular.
Há um clima de raivas surdas entre os moradores do Kifika, Bem-Vindo e Camama, três novos bairros, com casas de alto e médio padrões arquitectónicos, devido aos constantes cortes de energia eléctrica ou à débil qualidade na prestação desse serviço público. O sentimento de revolta e apreensão cresce à medida que o dia vai dando lugar à noite, no período em que se regista o pico no consumo de energia eléctrica por conta da entrada em funcionamento de milhares e milhares de aparelhos de ar condicionado.
As queixas sobre o mau funcionamento da Empresa de Distribuição de Electricidade (EDEL) têm subido de tom nestes últimos dois meses em que a canícula aperta, com os termómetros a disparar acima dos 30 graus celsius.
As queixas incidem, sobretudo, nos cortes constantes de energia, sem aviso prévio e na má qualidade do serviço que já resultou na queima de electrodomésticos devido às oscilações de corrente.
Novo Jornal