De acordo com documentos que obtivemos, Wilson Ganga, filho do PCA da Endiama e proprietário das empresas T’leva e PayPay, é acusado de apropriação indevida da marca RENDE+, registrada pelo empresário Edson de Oliveira, CEO da XTAGIARIOUS. Ganga teria incorporado a marca em seu aplicativo PayPay para captação de valores, enriquecendo-se à custa da prisão de Oliveira.

A RENDE+ é um produto financeiro devidamente registrado no Instituto Angolano de Propriedade Industrial (IAPI), pertencente a Edson de Oliveira, que também garantiu seu registro internacional de 2021 a 2031. A acusação formal contra Wilson Ganga destaca o uso de suas influências junto ao IAPI e ao Banco Nacional de Angola (BNA) para se apropriar de uma marca amplamente reconhecida no mercado nacional.

Após tomar conhecimento do esquema, Edson de Oliveira acionou seu colégio de advogados, que interpôs uma ação extrajudicial contra Ganga, exigindo uma indenização de 150 milhões de Kwanzas. Oliveira argumenta que a captação de valores através do RENDE+ pode rapidamente aumentar a fortuna da família Ganga, reforçada pela posição privilegiada de Ganga como filho de um alto dirigente.

Um ponto crucial é que, durante o julgamento de Edson de Oliveira, o BNA havia se distanciado de qualquer envolvimento na concessão de licenças à XTAGIARIOUS. A atividade de captação de valores, antes restrita a instituições bancárias, agora é exercida pelo filho do PCA da Endiama, que se apropriou da RENDE+, registrada em nome da XTAGIARIOUS.

Denúncias Contra a “Avança na Vida”

Além das acusações contra Wilson Ganga, a empresa de microcrédito “Avança na Vida”, que opera por meio de aplicativos como Nzila e kzCrédito, enfrenta sérias denúncias por práticas abusivas. Apesar de suas operações estarem suspensas pelo BNA, a empresa continua a conceder empréstimos com juros exorbitantes de até 30% e prazos curtos de 7 a 14 dias.

– Ameaças e Ofensas: Utilização de números descartáveis para contatar devedores com linguagem ameaçadora.

– Violação de Privacidade:  Invasão da lista de contatos dos devedores, informando terceiros sobre as dívidas.

– Cobranças em Horários Inadequados: Ligação a qualquer hora, desrespeitando o descanso dos devedores.

– Represálias Contra Empregadores: Contato com empregadores dos devedores, resultando em demissões.

– Falta de Negociação:  Recusa em negociar, exigindo pagamento integral.

– Falta de Transparência:  Não divulgação da localização da sede, levantando suspeitas sobre suas operações.

Wilson Ganga, casado com a atriz Neurite Mendes, é também proprietário da PayPay, o que intensifica as preocupações sobre a legalidade e ética de suas atividades empresariais.

O caso de Wilson Ganga e a apropriação da marca RENDE+ evidencia a complexidade das relações de poder e negócios em Angola. As investigações em andamento e as ações judiciais poderão levar a um exame mais profundo sobre as práticas empresariais e o respeito aos direitos de propriedade intelectual no país. A sociedade aguarda os desdobramentos e a responsabilização dos envolvidos.

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