Jornalistas angolanos criticam a estratégia do executivo de João Lourenço, na atribuição de licenças de Rádio FM, que segundo os profissionais, são na sua maioria atribuídas aos parentes de figuras influentes ligadas ao Ministério da Comunicação Social e da Direçcão do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE) do país. Com objectivo de controlarem a opinião pública “algozes tomam conta das licenças de rádios em Angola”, disseram vários jornalistas.
Em alusão ao dia Mundial da Rádio que se assinala a 13 de fevereiro, os profissionais condenaram a intromissão de forças de segurança na atribuição das licenças de rádios FM.
O Director da TV HORA H, Escrivão José, ressaltou que na sua maioria, as novas emissoras licenciadas pelo executivo angolano acabam sendo cópias de algumas rádios que possuem longos anos de emissão e por esta razão estas emissoras apresentam-se sem qualidade técnica-profissional: “sem desprimor a ninguém”, disse.
Para Escrivão, não há criatividade profissional neste órgãos de comunicação e só assim se justifica os maus conteúdos “na sua maioria são sempre os mesmos passando um pano por cima daquilo que é a realidade do país” frisou.
Outro profissional, Simão Hossi, explica que do ponto de vista de rádios, Angola não atravessa um bom momento pelo facto de não existir “transparência” no processo de atribuição de licenças para a criação de rádios.
O profissional afirma que o processo de aquisição de licença está viciado e funciona por base de “amiguíssimo, nepotismo e por militância partidária” salientou.
Entretanto, outro profissional que persegue a anos uma licença de rádio FM, Coque Mukuta explica que, excepto os projectos radiofónicos licenciados para as igrejas, exigem apenas em Angola rádios atribuídas à pessoas próximas ao MPLA e uma que foi atribuída ao maior partido da oposição que é a UNITA.
Segundo Mukuta, as FM existentes no país são todas próximas a pessoas que trabalham no Ministério das Telecomunicações, Tecnologias, Informação e Comunicação Social (MINTICS) que acabam por se “atribuir licenças” para criação de emissoras de rádios.
O profissional fala num consentimento tácito do Presidente da República, João Lourenço, pelo facto de haver denúncias concretas com documento evidenciando favoretismo.
“João Lourenço tem sido uma péssima figura por normalizar o favoritismo na atribuição de licenças de pessoas que com cinquenta, cento e cinquenta mil kwanzas conseguem licenciar rádios FM quando a lei exige 55 milhões de Kwanzas”, explicando que essa norma impeditiva serve apenas para quem “não lhes convém” reclamou.
Tavares Gabriel.