Lucros do BAI caíram 25% no quarto trimestre para US$ 164 milhões

A descida dos lucros no último trimestre, que engloba os dados de Janeiro a Dezembro, não contrasta com a expectativa do mercado, a julgar pelas quedas acentuadas que o banco com sede no Complexo Garden Towers vinha reportando. Desde o início de 2024, a equipa de Luís Lélis viu não só os lucros derraparem, mas também assistiu a uma ligeira redução do activo e outras componentes das demonstrações financeiras

O Banco Angolano de Investimentos (BAI) reportou uma queda dos lucros no último trimestre de 2024, ao registrar 149 mil milhões de Kwanzas (AOA), equivalente a 164 milhões de dólares norte-americano (US$), 25% abaixo dos AOA 199,5 mil milhões (US$ 241 milhões) contabilizados em 2023.

Com este resultado, ainda não revisados pelo auditor externo, o banco liderado por Luís Rodrigues Lélis, coadjuvado por 6 administradores executivos, cai do pódio que havia ocupado, temporariamente, no exercício económico de 2023, altura em que superou o Banco de Fomento Angola (BFA), o gigante da banca nacional em lucro durante décadas.

Da leitura das demonstrações financeiras da entidade bancária fica evidenciado que a queda foi originada, entre outros factores, pelo mau desempenho nas operações cambiais, créditos no sistema de pagamentos e na redução de investimentos em títulos e valores mobiliários.

Por exemplo, nos últimos três meses do ano em análise, o banco não teve registo de trocas comerciais e os investimentos em títulos e valores mobiliários caíram 23% para AOA 1,5 biliões (US$ 1,6 mil milhões), quando, no período homólogo, o registo foi de AOA 1,9 biliões (US$ 2,3 mil milhões).

Por outro lado, os gestores executivos viram os créditos no sistema de pagamentos reduzirem 100% para AOA 296 milhões (US$ 324 mil).

Observou-se, também, um ligeiro recuou de 1% nos recursos de clientes – que engloba os depósitos, financiamentos e empréstimos-, embora tenha permanecido nos AOA 3,6 biliões (US$ 4 mil milhões). As provisões, outra rubrica do passivo, caíram 26% para AOA 28 mil milhões (US$ 30 milhões).

O Banco Angolano de Investimentos notou ainda uma ligeira descida de 0,3% no activo, estando agora a valer 4,5 biliões (US$ 4,9 mil milhões).

Uma boa notícia foi o aumento na sua liquidez, que teve uma alta de 51%, com o saldo da rubrica caixa e disponibilidade a sair de 699 mil milhões (US$ 844 milhões) para pouco mais de AOA 1 bilião (US$ 1,1 mil milhões).

Outro aumento foi a sua carteira de crédito, que teve um crescimento de 52% para AOA 707 mil milhões (US$ 775 milhões).

No ano passado, os fundos próprios calcularam-se em 561 mil milhões (US$ 616 milhões), representando um aumento de 27%, tendo em conta que, em 2023, o registo foi de AOA 441 mil milhões (US$ 533 milhões).

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