A comissão representativa dos funcionários técnicos de desminagem do Batalhão de Transportes Rodoviários e Desminagem da Casa Militar do Cuando Cubango e Cuanza Sul divulgou um comunicado alarmante sobre a situação precária que enfrentam. Após a detenção do Major Lussatty, foi realizado um cadastramento na Casa Militar, mas a realidade que se segue é de grande preocupação.
Segundo a comissão, o efetivo foi contabilizado em cerca de 2.697 profissionais, especializados em desminagem e operadores de máquinas pesadas, como as escavadeiras Bull 12 e Caterpillar. Entretanto, os salários desses trabalhadores estão bloqueados, com a situação se arrastando por quase quatro anos. Apesar de haver ordens do Ministério das Finanças, através de Isaque, para que os pagamentos fossem efetuados, as contas continuam sem movimentação, e os funcionários não recebem os salários devidos.
A situação se agrava com a expulsão dos trabalhadores da unidade militar. Durante o cadastramento, o General Afonso Cruz, ex-comandante da 5ª Divisão Militar de Cuando Cubango e atualmente segundo comandante do Exército Nacional, teria ordenado à Polícia Militar que tomasse posse da unidade, ameaçando os funcionários que permanecessem no local. Os trabalhadores foram forçados a deixar a unidade sem qualquer documentação formal ou justificativa para o fechamento.
Até o momento, diversas tentativas de expor a situação à imprensa têm sido frustradas. Veículos de comunicação, como TPA, RNA, TV Zumbo e TV Girassol, estariam sob ordens para não veicular as reclamações, que incluem não apenas a falta de pagamento, mas também os atrasos retroativos e a ausência de subsídios de férias.
A comissão apela à atenção das autoridades e à solidariedade da sociedade para que a situação dos trabalhadores técnicos de desminagem seja revista e que os direitos fundamentais sejam respeitados.
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