CIPRA diz-se chantageado após rejeitar proposta de projeto informático

Luanda – Um grupo de cidadãos, aparentemente com apoio em certos gabinetes, está a ser acusado de protagonizar uma campanha de calúnia e difamação contra os responsáveis do Centro de Imprensa da Presidência da República (CIPRA). A acusação surge depois de a referida instituição ter interrompido uma alegada ação encoberta que visava extorquir o Estado.

Segundo fonte do CIPRA, o grupo seria liderado um informático à frente da empresa T4, de perfil desconhecido. De acordo com uma fonte próxima do CIPRA, o informático e os seus colaboradores teriam concebido um projeto que, sob a justificativa de combater a evasão fiscal nas transações financeiras internacionais, buscava vender uma solução tecnológica questionável.

O grupo teria tentado, sem sucesso, contactar diversas instituições do governo, incluindo o Ministério das Telecomunicações e o Ministério das Finanças, com o intuito de obter apoio para o seu projeto. No entanto, depois de uma análise inicial, essas entidades teriam considerado o conteúdo da proposta, redigida de forma concisa em apenas 25 linhas, como irrelevante e sem fundamento técnico.

Insatisfeito com a falta de resposta, o informático e os seus aliados recorreram diretamente ao Presidente da República. Na correspondência enviada ao Chefe de Estado, o líder da T4 solicitou a “ingerência” de João Lourenço na gestão publicitária das principais emissoras televisivas do país, como a TV Zimbo. O objetivo, segundo fonte do CIPRA era que a empresa T4 obtivesse espaço para promover seus serviços de intermediação financeira, relacionados a pagamentos internacionais digitais.

Conforme revela a fonte, a proposta, que inicialmente parecia focada na publicidade, revelou-se mais ampla durante uma reunião com o CIPRA, onde um informático Tomás Alberto apresentou a empresa como uma solução para a alegada crise fiscal do país, causada pela evasão fiscal nas transações internacionais. A discrepância entre o conteúdo escrito da carta e a argumentação falada durante a reunião levantou suspeitas entre os responsáveis do CIPRA, que perceberam que o verdadeiro intuito de Tomás Alberto poderia ir além de um simples pedido de apoio publicitário.

A fonte destaca ainda que, durante o encontro, o empresário se mostrou confuso e contraditório, sugerindo que o seu objetivo poderia ser a obtenção de fundos do Estado de forma direta. Em resposta, os responsáveis do CIPRA recomendaram que o proponente organizasse melhor suas ideias, elaborando um projeto mais claro e estruturado. Além disso, deixaram claro que o Presidente da República não interferiria na gestão publicitária dos meios de comunicação social.

A reunião terminou sem avanços.

Club-k.net

Voltar ao topo