O Hospital Central de Nampula, o maior do norte de Moçambique, confirmou esta sexta-feira três mortos e 27 feridos, entre graves e ligeiros, nas manifestações, na quarta-feira, de contestação dos resultados eleitorais.
Segundo o representante, alguns dos pacientes atendidos já tiveram alta hospitalar.
Hermenegildo Mulenga explicou ainda que as entradas exigiram o reforço da equipa de saúde para o atendimento dos feridos.
Dados da Plataforma Eleitoral Decide, organização não-governamental (ONG) moçambicana que monitoriza os processos eleitorais, apontam igualmente para três mortos nestas manifestações pós-eleitorais de quarta-feira até à tarde de quinta-feira, todas em Nampula, mas acrescentam dez casos de pessoas baleadas, nomeadamente quatro em Nampula, três em Maputo e outras três em Inhambane.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou na terça-feira à população moçambicana para, durante três dias, até hoje, abandonar os carros a partir das 08 horas nas ruas, com cartazes de contestação eleitoral, até regressarem do trabalho.
Venâncio Mondlane tem convocado estas manifestações, que degeneram em confrontos com a polícia – que tem recorrido a disparos de gás lacrimogéneo e tiros para dispersar -, como forma de contestar a atribuição da vitória a Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), com 70,67% dos votos, segundo os resultados anunciados em 24 de Outubro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
Correio da Kianda