Alerta sobre uso de alimentos crus preocupa cidadãos em Luanda

Em declarações à Rádio Correio da Kianda, cidadãos em Luanda afirmam que a proibição pelo Ministério da Saúde do consumo de tubérculos crus foi encarada como novidade, uma vez que os alimentos, ora proibidos, são muito consumidos.

O MINSA emitiu esta semana um alerta proibindo o consumo de mandioca, ginguba, batata rena ou doce cruas. Em causa, segundo o comunicado, a qual o Correio da Kianda teve acesso, estão casos comprovados de intoxicação alimentar, com indícios similares à “doença do Konzo”.

A especialista em Saúde Pública, Dra. Maria Futi, chamou a atenção para a gravidade da “doença do Konzo”, um nome tradicional que fala da ingestão do cianeto, onde as reações são dor de cabeça intensa, tremor ou espuma pela boca, desequilíbrio ao falar, ao andar, tremor nas mãos, o que leva a asfixia dos músculos dos nervos, causando paralisia e leva a morte. Segundo a nota do Ministério da Saúde, já foram relatados dois casos.

Maria Futi afirmou que não se trata de um pesticida, mas sim de um elemento que é característico da folha da mandioqueira, e lembrou que sempre foi costumeiro, tanto que para o uso da Kizaka era recomendável lavar muitíssimo bem e inclusive lavar com água escaldante ou seja muito quente, e para o caso da mandioca é necessário uma boa lavagem e um bom preparo incluindo uma boa fervedura e recomenda-se 50 graus, algo que tem escapado dos consumidores.

Ressaltou ainda, que existem dois tipos de mandioca, a mandioca doce que é mais conhecida como a mandioca mansa, e existe a mandioca brava que é amarga, que muitas vezes é classificada como a “Tira gravidez” por ser extremamente amarga.

“A diferença destas duas mandiocas é que a mandioca amarga tem um elevado teor de cianeto com 100% e a outra tem um teor menor com 40%, logo, a mandioca amarga se não estiver bem preparada pode sim provocar as reações acima citadas por ser tóxica, dando lugar a intoxicação exógena, expôs.

Entretanto, os cidadãos ouvidos pelo nosso jornal, exortam maior engajamento das autoridades sanitárias na divulgação dos riscos sobre o consumo destes produtos a fim de que não haja novas vítimas.

Correio da Kianda

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