Uma caravana de veículos da Casa Militar do Presidente da República, transportando toneladas de cobalto um valioso minério estratégico contrabandeado da República Democrática do Congo (RDC), foi apreendida na terça-feira, dia 22, na vila de Capenda Camulemba, província da Lunda-Norte, pela Polícia Nacional de Angola.
A carga apreendida terá sido introduzida em território angolano de forma irregular e obscura, levantando questões sobre a legalidade da sua origem e transporte.
Embora ainda não tenha sido confirmada oficialmente pelas autoridades, esta operação clandestina expõe um esquema de contrabando de minérios que, segundo suspeitas, poderá envolver membros das mais altas esferas do poder angolano.
A apreensão ocorre num contexto de crescente tensão entre Angola e a RDC, exacerbada por disputas relacionadas com o comércio transfronteiriço e o combate ao contrabando.
Recentemente, mais de 400 camiões angolanos foram retidos na RDC, impedidos de atravessar a fronteira para a província de Cabinda, causando prejuízos ao sector dos transportes e inflacionando os preços dos produtos no mercado.
A revelação deste novo caso de contrabando reforça as graves denúncias feitas pelo ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente, general Francisco Pereira Furtado, que recentemente acusou altos dirigentes de envolvimento em esquemas ilícitos, incluindo o contrabando de combustíveis.
As semelhanças entre os dois casos apontam para a possível existência de uma rede de corrupção que permeia diversos sectores do governo.
O contrabando de minérios, como o cobalto, tem implicações sérias para a economia angolana e para a reputação do país no cenário internacional.
Além das perdas financeiras para o Estado, esta prática alimenta a instabilidade regional, contribuindo para conflitos armados, como os que envolvem a RDC e o Ruanda, através do grupo rebelde M23.
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