Empresário acusa Administração de Viana de tentativa de demolição de Residências no seu projecto habitacional

Mais de 100 residências construídas no projeto habitacional do empresário angolano Tazz da Costa, localizado no Zango 2, em Luanda, estão ameaçadas de demolição a qualquer momento. A ação estaria sendo promovida pelos fiscais da Administração Municipal de Viana, devido a um litígio sobre a titularidade de dois hectares de terreno, reclamados pelas “Organizações BK”, associadas ao político do MPLA, Bento dos Santos Kangamba.

Na manhã de sexta-feira, 4 de outubro, a área foi cercada por um aparato de segurança que incluía a Polícia Nacional, com agentes armados em quatro patrulhas, além de três viaturas da Fiscalização de Viana com dezenas de fiscais. O objetivo era interromper as construções, que, segundo Tazz da Costa, foram erguidas com o consentimento da própria Administração de Viana, que teria legalizado o terreno e emitido os documentos necessários, incluindo o direito de superfície e a licença de construção.

Apesar da presença da fiscalização no local, os agentes se recusaram a falar com a imprensa, alegando falta de “orientação superior”. Contudo, uma inscrição em uma das paredes deixava claro o objetivo da operação: “demolição voluntária”.

Em declarações à imprensa, Tazz da Costa expressou sua indignação, acusando os fiscais de agirem com “interesses inconfessos” ao tentar demolir habitações que foram construídas legalmente. Ele alegou que a presença dos órgãos de comunicação social impediu que a demolição fosse realizada naquele momento, mas teme que a ação seja consumada posteriormente, sem aviso prévio.

O empresário afirma ser o legítimo proprietário do terreno desde 2004 e que iniciou o processo de legalização em 2014, obtendo o direito de superfície em 2015. Tazz da Costa relata que, desde então, tem pago os impostos prediais à Administração Geral Tributária (AGT) e possui toda a documentação reconhecida pelo Governo Provincial de Luanda (GPL). Segundo ele, Bento Kangamba só obteve o direito de superfície do terreno há pouco mais de três meses, em 2024, pela mesma Administração de Viana.

Tazz acusa a Administração e a Polícia Nacional de estarem a proteger Kangamba, argumentando que a solução deveria ser levada aos tribunais, para que a justiça determinasse, com base nos documentos, quem é o verdadeiro proprietário. “A Administração Municipal de Viana não tem competência para demolir uma propriedade privada sem um mandado judicial”, reforçou.

As “Organizações BK” também reivindicam a titularidade do terreno, apresentando um direito de superfície emitido recentemente. No entanto, Tazz da Costa classifica a tentativa de demolição como “anárquica” e ressalta que não foi notificado formalmente sobre qualquer decisão.

O Club-K tentou contactar o administrador de Viana, Demétrio de Sepúlveda, e a assessoria de imprensa de Bento Kangamba, mas não obteve resposta até o momento.

Club K

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