Da disponibilidade financeira à retoma de empreitadas, há uma distância de quase quatro meses, período de expectativas e remendos em cidades que tentam contrapor sinais de degradação. Atrasos na prestação de contas, vistos à lupa por deputados, aumentam o tom da crítica em relação à transparência nas obras.
A um mês do fecho do ano 2023, com os estragos causados pelas cheias no Dombe Grande ainda na ordem do dia, Luís Nunes falava em “dinheiro disponível” para nova página no Programa de Obras Emergenciais, mas a realidade, à entrada do primeiro trimestre de 2024, mostra uma Benguela às voltas com acções paliativas em resposta à degradação das estradas nas principais cidades.
Questiona-se, sobretudo em círculos empresariais, a tal velocidade de cruzeiro prometida pelo governador provincial, que chegou a sugerir, sorridente, que a população “apertasse os cintos” para contrapor o ritmo das empreitadas.
“Na última semana, recebi as garantias do Ministério das Finanças, o empréstimo [415 milhões de euros] já está activo. Quer dizer que, no início do próximo ano, vamos recomeçar com força”, dizia Luís Nunes, também dono da construtora Omatapalo, num contexto, ainda vigente, de obras suspensas e outras cujo término prevalece incerto aos olhos da opinião pública.
AO