O empresário angolano Hermenegildo Paulo Joaquim Bundi lançou uma denúncia explosiva nesta sexta-feira, dia 16, que expõe uma alegada associação criminosa chinesa operando em Angola, com o envolvimento de procuradores e agentes do Serviço de Investigação Criminal (SIC). Bundi acusa o governo liderado pelo presidente João Lourenço de conivência e proteção a indivíduos com poder financeiro, tornando as medidas anticorrupção uma mera fachada.
Segundo Bundi, a associação criminosa é liderada pelo empresário chinês Zhang Haiping, representante da empresa Haiping Limitada, sediada em Luanda. Este, juntamente com outros chineses e vietnamitas, são acusados de uma série de crimes graves, incluindo corrupção, tráfico de seres humanos, burla, prostituição, tráfico e consumo de drogas, entre outros.
A denúncia de Bundi inclui detalhes específicos de suas interações com Zhang Haiping e os supostos crimes cometidos por ele. O empresário afirma ter sido vítima de fraude e manipulação por parte do empresário chinês, envolvendo litígios judiciais e dívidas falsas.
Bundi relata que durante sua ausência do país para tratamento médico em Portugal, foi alvo de manobras corruptas por parte da procuradora Cecília Wilma Silva e do advogado Claudino Pereira, que teriam recebido subornos para favorecer Zhang Haiping em disputas judiciais.
Após o seu retorno a Angola, Bundi afirma ter sido confrontado com ações legais fabricadas pelo sistema judicial, incluindo a apreensão das suas propriedades sem ordens judiciais válidas. O mesmo denuncia ameaças de morte e alegações falsas criadas para prejudicá-lo e favorecer Zhang Haiping.
O empresário destaca a falta de ação do governo no combate à corrupção e a impunidade dos poderosos, como evidenciado pela rápida libertação de Zhang Haiping após sua detenção por crimes graves.
Bundi também expõe os valores monetários envolvidos no suposto esquema de corrupção, incluindo uma dívida falsa de 43.757.218.719,16 kwanzas (cerca de 43 mil milhões, setecentos e cinquenta e sete milhões, duzentos e dezoito mil, setecentos e dezanove kwanzas e dezasseis cêntimos), a favor da empresa Haiping Internacional, LDA.
Embora o SIC tenha confirmado a detenção dos cidadãos chineses e o prosseguimento das investigações, o Gabinete do Procurador Coelho e o instrutor do SIC Afonso Canga não foram localizados para comentar sobre o caso.