Chama-se Luís Nunes, o número um do MPLA na província de Benguela e o Governador da mesma província, e dono de uma extensa rede de negócio cujo volume bolo orçamental transcende as receitas geradas pelo seu executivo provincial. Após já ter estado associado a várias polémicas com adjudicação directa de obras públicas, Luís Nunes volta a ‘embulhar-se’ no tema das novas matrículas. Desta vez, com uma participada da Omatapalo, a SOCOPEÇAS.
O principal accionista da Omatapalo, Luís Nunes, e seus pares na gestão da coisa pública estão a ser apontados como os rostos e os principais interessados nos negócios das novas chapas de matrículas que o Governo de Angola, através da Polícia Nacional, apresentou recentemente em Luanda e que devem custar ao bolso do cidadão até 50 mil Kwanzas, soube o Kieto Economia de várias fontes da política doméstica.
De acordo com a nossa fonte, através da Socopeças, Luís Nunes deve controlar a importação da matéria-prima de que serão feitas as novas chapas de matrículas. O empresário e político não fica atrás quando o assunto é ganhar concursos públicos para fornecimento de bens e serviços ao Estado.
Luís Nunes é, neste momento, a através da empresa Omatapalo, o principal rotos por detrás de várias obras públicas, entre as quais a requalificação do Hospital de Doenças Pulmonares e Cardiovasculares, ‘Dom Cardeal do Nacimento’, antigo Sanatório de Luanda, a requalificação das valas de escoamento de águas das chuvas da centralidade do Zango Zero, além do melhoramento dos acessos aos bairros Operário e as ruas de Benguela, em Luanda. Tudo à base de entregas directas. Ou seja, obras que não obedeceram a um tradicional concurso público.
Nunes não é o único nesses negócios. Na negociata das novas chapas de matrículas, o governador leva consigo os seus ‘colegas’ do partido Leonel da Rocha Pinto e Inocêncio de Brito.
Das informações obtidas e verificadas pelas fontes revelam que Inocêncio de Brito é dono da Multitrading, companhia de que é sócio, com 33% dos direitos. É com esta empresa que o actual “número um” da Inspecção da Polícia Nacional entra neste negócio, este que já esteve entre as 24 firmas habilitadas para mandar no polémico negócio dos vidros fumados.
Não param de chover de críticas. No caso de Luís Nunes, as queixas acumulam-se.
A sua empresa Omatapalo é a principal responsável pelas desgraças por que passam vários moradores do Zango 3 e adjacências. Mas as críticas não vêm só daí.
Até do centro urbano de Luanda, nas imediações do Miramar, surgem as críticas, já que a empresa Omatapalo há muito que segurou as obras de melhorias das vias secundárias e terciárias daquela circunscrição e, volvidos mais de três anos, não as consegue entregar ao dono, no caso o Município de Luanda.
Ainda assim, e devido aos bons laços que, segundo fontes, este tem com o poder político principal, o Palácio Presidencial, vai somando nas conquistas das obras públicas.
As críticas a Luís Nunes vêm de todo o lado. De pequenos comerciantes que se dedicam à produção e aplicação de matrículas de forma informal aos empresários com reconhecida competência mas que são postos de lado nos negócios com o Estado.
Da parte dos pequenos comerciantes, a queixa é de que a medida da Polícia empurra para o “desemprego” vários chefe de família. Há empresas que se queixam de falta de transparência no processo que culminou com a selecção das quatro firmas importadoras.
Kietoeconomia