Angola enfrenta desafios significativos no setor social e econômico em 2024, conforme evidenciado pelas despesas e receitas previstas no Orçamento Geral do Estado (OGE) e pelo Plano de Endividamento Nacional. A luta contra a fome e a pobreza, o acesso a serviços básicos de saúde e educação, e a geração de empregos para os jovens são algumas das principais questões que o governo precisa abordar, ao mesmo tempo em que planeja pedir um empréstimo de 12,1 bilhões de dólares para financiar o OGE.
Especialistas como Rui Mangovo, focado em governação participativa, destacam a gravidade da situação de pobreza no país, apesar das estimativas do governo indicarem uma redução da pobreza. Mangovo enfatiza a necessidade de esforços conjuntos para mitigar as dificuldades sociais das populações mais carentes, e sugere a criação de um programa de assistência social para complementar o programa Kwenda, já em execução, para erradicar a fome e a pobreza, e impulsionar a agricultura familiar.
Por outro lado, a socióloga Marle Messele aponta para a necessidade de baixar impostos, investir na industrialização da agricultura, e criar políticas para fomentar a empregabilidade como meios para alcançar o progresso social e o desenvolvimento sustentável. Ela também destaca a importância de fortalecer a educação básica e a segurança pública para combater a criminalidade e melhorar a qualidade de vida.
O Plano de Endividamento Nacional de Angola visa captar 7,5 bilhões de dólares no exterior e 4,6 bilhões de dólares no mercado interno, o que eleva preocupações sobre a sustentabilidade da dívida e a execução eficiente dos fundos para gerar rendimentos. O economista Orisom Neto observa que, embora a dívida esteja dentro das práticas econômicas aceitáveis, o foco deve estar na alocação eficiente dos recursos para evitar passivos e promover o desenvolvimento econômico.