Uma fonte que pediu anonimato, mas que está directamente ligada ao caso, na província da Huíla, fez saber que nos últimos dias, cresce o número de cidadãos que gastam avultadas somas em dinheiro para custear a garantia de ingresso na Polícia Nacional. Só que, nem sempre dá certo e acabam em não ingressar, perdendo para sempre o seu dinheiro.
A fonte disse que tudo começou no princípio de 2022, quando apareceu um colega do seu filho, alegando que tinha um tio chamado Constantino Chipala que trabalhava na PIR (Polícia de Intervenção Rápida), em Luanda, e que tinha influência no processo de ingresso na Polícia Nacional, tendo entrado em comunicação com o mesmo senhor que confirmou toda a informação passada pelo sobrinho.
Revelou que Muller de Freire Nascimento era o seu braço direito e tinha fortes links com altas patentes ali no C.G.P.N (Comando Geral da Polícia Nacional), mormente com os oficiais: Espanhol, Santana, Nelson da Graça, no Capolo, dentre outros.
“Foi neste momento que mostramos interesse, uma vez que o emprego não está fácil”, confessou a nossa fonte que disse ter entrado em contacto com o senhor Muller de Freire Nascimento que confirmou a informação e disponibilizou as suas coordenadas bancárias.
“Começamos a fazer as transferências, algumas na conta do senhor Constantino Chipala e outras na conta de Muller de Freire Nascimento, como podem ver nos comprovativos, pois tinham informado que tão logo terminassem as eleições, os candidatos dariam entrada aos centros de recrutamento”, assegurou.
A fonte alega que depois de milhares de Kwanzas serem transferidos, começaram as voltas e mentiras, chegando mesmo a mandar os jovens de Lubango para Luanda, onde ficaram cerca de 8 meses com idas e voltas ao centro de instrução do Capolo, sem sucesso, uma vez que os nomes não constavam de nenhuma lista dos aprovados.
“Ficamos à nossa sorte, alguns chegaram mesmo a viver na rua, pois não tinham familiares na capital, deixaram os empregos e universidades a procura de um emprego melhor”, referirem, enfatizando que várias tentativas de contactos com o Muller de Freire Nascimento foram goradas.
Algumas vezes, dizia que a lista já saiu, mas outras vezes dizia que a referida lista está no gabinete do director e já serão chamados.
De forma intermitente, aparecia no comando geral, mas nos últimos dias está incontactável.
“Estamos muito agastados com esta situação, pelo pedimos a quem de direito que nos ajude a resolver esta questão”, rogam.
De realçar que este Jornal tem em sua posse vários comprovativos de transferências e depósitos bancários que vão de cinquenta mil a um milhão kwanzas para Muller de Freire Nascimento e Constantino Chipala.
Tem também áudios de chamadas gravadas que sustentam a denúncia feita por 180 cidadãos vindos da província Huíla.
Constantino Chipala tem a parente de Superintendente, enquanto Muller Nascimento, que há tempos esteve envolvido num vídeo que viralizou nas redes sociais onde um oficial superior agredia o outro com chapadas, num restaurante situado na Marginal, foi, recentemente, despromovido (de Superintendente) para a patente de Inspector-chefe, por causa de vários casos de corrupção recepcionados pelo Comando Geral.
Muller é sobrinho do antigo Comandante Geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos.
Na Mira do Crime