Vários trabalhadores da Sociedade Mineira do Cuango, a segunda maior mina público-privada de Angola, ficaram feridos. Sete outros teriam sido detidos, como consequência do desacato entre a polícia e os grevistas na noite deste domingo, 6 de Agosto.
O sindicato da diamantífera acusa a polícia ter usado balas reais e gás lacrimogéneo para dispersar os grevistas que se encontravam concentrados na porta da mina.
Desde sexta-feira passada, os trabalhadores da Sociedade Mineira do Cuango, na província da Luanda Norte, em greve há duas semanas, estão a ser proibidos de sair da mina, sem lhes serem dadas explicações.
O líder da comissão Sindical da diamantífera, Ferraz Afonso, explica que, às 23h00 deste domingo, os trabalhadores foram surpreendidos com balas reais e gás lacrimogéneo da polícia, que provocaram vários feridos e sete detidos.
Neste momento, diz Ferraz Afonso, a comissão desdobra-se em contactos para localizar os colegas que se encontram detidos na esquadra Municipal do Cuango e os restantes desaparecidos na mata.
“Os colegas foram detidos porque estavam em frente, como piquete da greve, quando a polícia queria que nós arrancássemos à força. Os colegas disseram que não podemos arrancar à força porque a nossa greve é legal, logo começaram a fazer disparos, prenderam os colegas. Foram escorraçados às 23h00. Há quatro colegas desaparecidos”, contou o sindicalista.
Entretanto a RFI tentou, sem sucesso, até ao momento, ouvir a versão do Comando Municipal da Polícia do Cuango.
Recorde-se que à RFI, o Conselho de gerência da Sociedade Mineira do Cuango disse que a greve dos trabalhadores é ilegal, por conta de uma província cautelar que o tribunal decidiu a favor da diamantífera público-privada.