‘Caso 7 mil milhões’: SIC detém técnico auditor da AGT no Aeroporto 4 de Fevereiro

Técnico está indiciado em supostos “factos que configuram esquemas de obstrução à justiça”, com “indícios fortes” de envolvimento em “esquema fraudulento” de pagamentos de IVA.

O Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve, neste domingo, 23, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, um técnico tributário auditor da 2.ª Repartição Fiscal de Carga da Administração Geral Tributária, por suposto envolvimento no desvio de 7 mil milhões de Kwanzas da AGT.

Segundo Manuel Halaiwa, porta-voz do SIC, a detenção é o resultado de um trabalho investigativo levado a cabo pela Direcção Nacional de Combate aos Crimes Informáticos, numa coordenação com o Gabinete de Cibercrime da PGR, direcção do SIC, aeroporto e demais órgãos operativos.

Detalhou que o técnico da AGT está indiciado em supostos “factos que configuram esquemas de obstrução à justiça e associação criminosa, consubstanciados em indícios fortes” de envolvimento no “esquema fraudulento” de pagamentos por compensação relativamente ao reembolso do IVA.

Manuel Halaiwa acrescentou que a detenção do funcionário da Administração Geral Tributária ocorreu no momento de desembarque de passageiros do voo da Emirates, proveniente do Dubai, “sendo que este se encontrava foragido em Lisboa e embarcou para Dubai no dia 19 de Fevereiro, tendo como destino final Luanda”.

Realce-se que, face ao mediático caso, que já fez mais de cinco detidos, a ministra das Finanças, afirmou, na semana passada, que o seu pelouro vai continuar a trabalhar para “reforçar internamente” as instituições e detectar o “mais rapidamente possível” práticas lesivas ao Estado.

“Pretendemos seguir denunciando todas as práticas irregulares como sinal de que o Executivo permanece implacável contra actos de corrupção e peculato”, garantiu Vera Daves, na Assembleia Nacional, tendo aproveitado a ocasião para pedir desculpas públicas pela polémica sobre supostos escândalos financeiros associados à AGT.

“Adotaremos as medidas necessárias para que situações dessas não voltem a acontecer, e confiamos nas autoridades que estão a trabalhar para que as pessoas, comprovadamente, culpadas possam ser devidamente responsabilizadas”, reforçou.

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